sábado, 19 de dezembro de 2015

Espaços circunscritos


               Aprendizagens sobre espaços circunscritos


                Este ano minha escola passou a trabalhar com os espaços circunscritos. Uma nova proposta pedagógica em relação a espaços e tempos,
                Foi um ano de muito estudo e trabalho, e vejo que as aprendizagens conquistadas no curso PEAD foram muito importantes para a concretização deste trabalho, pois saber um pouco mais sobre infância e sobre crianças me auxiliou na compreensão do tempo e do pensamento, da forma de aprender das crianças; claro que respeitando as diferenças de cada uma em todos estes aspectos.
                Compreender como funcionam suas relações e inter-relações me possibilitou organizar minhas práticas de forma que elas viessem ao encontro deste tempo e deste compreender, e aprender das crianças.
                Espero que, em 2016, não só os estudos continuados realizados na escola bem como as interdisciplinas que virão me ajudem e orientem ainda mais, para que eu possa analisar e repensar a cada dia o meu fazer pedagógico.
                Alguns aprendizados sobre os espaços circunscritos: Este é uma síntese de um relato feito por mim, na SMED, a respeito do meu trabalho desenvolvido neste ano de 2015 a respeito da proposta dos espaços circunscritos.

                                                                        https://youtu.be/xbWxeVXp2Pk 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O que Freud me ensinou



O que Freud me ensinou...

            As aprendizagens sobre  o desenvolvimento psicossexual das crianças segundo Freud, para mim que pouco convívio tive ou tinha com crianças antes de entrar na profissão, mesmo que de forma rápida, me permitiram olhar as crianças de uma forma mais consciente do meu papel como educadora, responsável por seus aprendizados, mas também, de uma forma responsável, na avaliação de um futuro e possível transtorno, nascido de uma das fases "mal resolvida" do seu desenvolvimento.
            E para que, segundo Freud, um educador possa auxiliar na sublimação das pulsões parciais é preciso que se tenha conhecimento de cada uma delas, suas características e principalmente de que forma deve agir e que proposições deve fazer para que aconteça este processo de sublimação. Como bem disse Freud, a  tentativa de suprimir estas pulsões não só é inútil como pode gerar mais danos futuros do que  um desenvolvimento não satisfatório de alguma destas fases.
            Trabalho em uma comunidade onde os pais nem sempre têm estudo ou conhecimento e onde vejo que, com o pouco que já sei, posso auxiliá-los no entendimento destas fases e processos por que passam seus filhos
            Claro que algumas coisas a vida ensina: no início do meu estágio uma monitora repreendeu de forma brusca uma criança de 4 anos que se tocava, na época mesmo sem saber o que hoje sei sobre esta fase da descoberta e do desenvolvimento das crianças, chamei a atenção da monitora de que aquela não parecia ser a melhor forma de conversar com a menina sobre isso; hoje, após estudar Freud, compreendo que eu estava certa.
            É este conhecimento que traz a possibilidade de estar sempre atenta aos fatos, e no momento em que estas fases estão sendo construídas poder auxiliar na direção da energia que move estas  pulsões a outros fins que não aos sexuais, podendo assim propiciar a sublimação. Ponto este onde Freud depositou a importância do papel do educador.

                                                 Conhecimentos que modificam a história.


         Hoje, retomando as aulas de história para a construção do Workshop, revi o vídeo da primeira aula presencial onde discutimos memórias, lembranças, gatilhos que nos despertam para o passado.
         Fiquei lembrando a escola do meu tempo, aliás, a mesma escola onde minha mãe estudou  no seu tempo.         “Linquei” estas lembranças e outras resgatadas das memórias da minha mãe, com os textos Maquinaria e Des-Encantos; tracei comparações entre as escolas mostradas nos textos, e a escola dos dois momentos que separam a minha primeira vivência escolar da que viveu minha mãe; e, é claro, como não poderia deixar de ser, comparei estas experiências com as que hoje proporciono a meus alunos.
         Realmente o conhecimento, em qualquer área, serve para que tenhamos a possibilidade de mudanças, ou nos munamos de argumentos que nos permitam criar estas possibilidades.
         Quando se estuda a história da educação, seja ela em âmbito mundial ou nacional,  este conhecimento nos serve para ir além do conhecimento dos fatos; conhecer a história da educação, principalmente a do Brasil, nos leva a observar a serviço de quem ela foi criada, de que forma teve suas primeiras atuações, que linhas e que práticas pedagógicas foram empunhadas a seu serviço.
         Ter conhecimento deste caminho, também nos permite observar que já houve mudanças; e avaliar o que elas significaram para a educação que hoje se sonha e se almeja.
         Com certeza, nossa educação ainda está muito ligada a forças e desejos  políticos; não se pode negar que as limitações estruturais, sejam elas de caráter físico ou pedagógico, estão fortemente presentes. Mas também não podemos dizer que não houve mudanças, que continuamos ainda amarrados e engessados dentro das vontades políticas da minoria detentora do poder; pois,  conquistamos consideráveis vitórias nesta trajetória educacional, e com certeza muitas destas vitórias, se não todas, se deram pela vontade e luta de professores e profissionais da educação que ousaram acreditar que mudanças eram possíveis, que  enfrentaram desafios dentro e fora da sala de aula. E que de forma crítica e consciente  tomaram para si a busca de melhores condições de e para educar.
         É claro que ainda há muito a se mudar, mas é certo também que, por mais vontade e engajamento que tenha um professor, um profissional da educação, ainda somos limitados por uma série de fatores e esses estão além de nossas possibilidades de luta ou de determinação em mudar nossa educação.
         Enfrentamos problemas políticos, enfrentamos famílias, onde a educação ainda não é prioridade, convivemos com crianças que estão dentro de realidades sociais, econômicas e emocionais diversas, que muitas vezes tem na agressividade e no desinteresse em sala o melhor que podem nos dar. E neste momento é preciso mais do que nunca que o professor assuma sua vontade de mudar, acredite que mudanças são necessárias e possíveis, procurando uma maior interação com estas crianças, compreendendo e buscando conhecer as suas necessidades e a sua realidade.
         Não é fácil, há seus limites, às vezes físicos, às vezes emocionais, e muitas vezes políticos, mas penso que o professor engajado na mudança, consciente do seu papel e sabedor de para onde quer que nossa educação caminhe, há de achar uma brecha, um momento de agir e enfrentar estes e outros desafios que venham a separá-lo daquilo em que acredita e para aquilo que paulatinamente nossa educação vem buscando, ou seja, não mais a formação de uma mão de obra barata, a serviço de uma elite conservadora, não mais meninos e meninas que frequentam a escola para ter uma renda extra no final do mês, mas meninos e meninas que cresçam sabedores de seus direitos e deveres, que de forma autônoma e crítica conheçam a sua história e, a partir deste conhecimento, consigam modificar sua história presente e construir sua história futura.

domingo, 13 de dezembro de 2015

           
              o ser criança.

                     Quando iniciou a aula de Infâncias, fiquei bem interessada e pensei: esta será uma interdisciplina muito importante e fundamental para minhas práticas. E não estava errada, pois todas as aulas desta interdisciplina foram de grande valia para o entendimento das crianças, da construção das concepções de criança e infância.
            A primeira leitura foi exatamente sobre isso: o conceito de infância.         Pensei, isso é fácil! Lembrei-me de um poema que caracteriza criança e infância, que adoro: Apenas brincando da Anita Wadley, mas aí me pus a pensar que a criança e a infância ali apresentadas eram únicas, lindas, ricas em descobrimentos; é o ser criança, o ser infância.
            Pois é, essa é ou deveria ser a infância e a criança que nela vive; nela se constrói, se constitui e dela desfruta, e aí não importa se é a criança que eu fui  que fazia barro virar foguete; e latinhas de manteiga, carros de Formula 1; ou se é a infância de meus sobrinhos, onde o Tablet substitui o barro e jogam King of Speed – 3D no Ipod.
            Mas aí veio o pensar: E quando esse “conceito” não é a realidade?  Deixa de ser infância? Deixa-se de ser criança?  O que é (o) ser criança? Todas as crianças são iguais (em conceito)? Todas as infâncias são iguais? Toda criança tem infância?
            Para responder estas perguntas busquei as teorias e documentos da atualidade que defini:
            Criança: Ser  real e concreto. Ser único. Ser que pensa. Ser que constrói conhecimentos a  partir das interações com o meio. Sujeito ativo construtor da sua história. Ser com direitos de ser protegido, educado, alimentado, de desenvolver-se físico, mental, moral, espiritual e socialmente. Ser cujos direitos devem ser garantidos pela família, sociedade e o governo. Um espaço de tempo determinado entre o nascimento até os 12 anos de idade.
             Infância: Construção social que se constitui pelas variadas intervenções do meio em que se encontra o ser criança. Tempo e espaço onde este ser criança está inserido. É o presente, é o produzir cultura ao mesmo tempo em que se é produto dela.
            Estes são os significados sociais ( aceitáveis, pretendidos ) do ser criança e do viver infância, mas se a infância se constrói das aprendizagens absorvidas do meio e da cultura nos quais se vive; qual infância conceituar? A das nossas teorias? A dos  nossos desejos? Ou as diversas infâncias construídas e constituídas  de meios e culturas não padronizadas, como aceitáveis ou pretendidas?
            E me pergunto, no nosso papel de educadoras como trabalhar em meio a tão diversas infâncias?
            Como, enquanto educadora, auxiliar estas crianças a viverem “suas” infâncias? Como fazê-las experimentar e vivenciar esta comunicação com o mundo de forma a que constituam e construam sua identidade, sua singularidade e seu fazer histórico-social?

terça-feira, 1 de dezembro de 2015


As  dificuldades e alegrias de aprender!

         As interdisciplinas deste segundo semestre trouxeram muitas aprendizagens.                Todos estes movimentos me fizeram perceber  que a tarefa de escrever, de forma rotineira, no blog necessita, ainda, de uma aprendizagem bem maior.
         A questão de escrever com significado precisa ser mais trabalhada, não que as aprendizagens  deste semestre não foram significativas, pois foram e muito. O que eu preciso aprender é como externá-las de forma mais sistemática.
         Todas as postagens feitas até o momento foram para mim muito significativas e por isso tiveram uma fluidez, pois foi o amadurecimento de muitos conhecimentos.
         Fiquei tão envolvida com tantas descobertas e reflexões deste segundo semestre que ficou difícil lembrar de que tenho que dividi-las com meus pares.
         As  primeiras leituras da interdisciplina de alfabetização vieram a corroborar com as minhas práticas de sempre colocar às crianças da Educação Infantil em contato com  o maior número possível de livros e portadores de escrita.
         Sempre lemos em sala e após a leitura faço o registro das recontagens orais da turma. E depois vamos folhear os livros usados e muitos mais.
         Como professora da Educação Infantil, o que mais me despertou a  atenção e me fez procurar mais subsídios para aumentar meu entendimento sobre, foi a questão levantada no texto de Analice Dutra Pilar, que fala sobre o desenvolvimento e a aproximação do sistema de desenho pela criança e o auxílio deste na construção da escrita.
         Penso em me aprofundar neste estudo e traçar estratégias para a execução de ações e na proposição de experiências que proporcionem às crianças um bom desenvolvimento e construção deste sistema. E a mim, como educadora, um bom entendimento de como estas crianças estão construindo esta linguagem.
         Estes dois aprendizados, meu e das crianças, me  permitirão, diariamente, rever  minhas práticas pedagógicas, e às crianças poderão possibilitar  uma transição e um entendimento mais  tranquilo quanto às suas hipóteses sobre a escrita e a diferenciação entre estes elementos.