A interdisciplina de Educação para Pessoas com Necessidades Especiais
tem me trazido vários momentos de reflexão, não só no que se refere a
minha prática dentro de sala de aula, mas também uma reflexão além dos muros da
escola.
As questões colocadas no texto de Ligia A. Amaral são questões
pertinentes a nossa vida como um todo. E nos fazem refletir sobre nossa conduta
enquanto sujeito diante dos nossos “crocodilos” e nas nossas posições de “avestruz”.
Por que, como a autora deixa claro no texto, crocodilos e avestruzes estão por
todos os lados, mas acredito que é preciso que nós pratiquemos a autocrítica e
a reflexão; e sejamos a primeira “água mole” para só assim poder difundir e
compartilhar esta necessidade de derrubar, como diz a autora: “o
conglomerado constituído pelos saberes e fazeres cristalizados, que emanam de
uma bem estruturada ideologia”, a pedra dura. (AMARAL,1998).
Replico aqui algumas partes do texto escrito por mim para a atividade do
módulo 4 desta interdisciplina acreditando que estas demonstrem a minha
compreensão sobre os conceitos estudados.
Com relação aos mitos:
[...] da correlação linear, e penso que este pode
sim ser um dos mitos possíveis de serem propagados dentro da escola, podendo
haver uma tendência a realizar uma experiência para um sujeito com uma
deficiência e querer repeti-la com outro sujeito com a mesma deficiência, sem
nos darmos conta que este segundo sujeito , apesar da mesma deficiência é outro
sujeito. Estaríamos neste exemplo relacionando também o mito da generalização
indevida, pois estaríamos estabelecendo a relação: deficiência igual, igual
experiência, sem nos darmos conta do preconceito aqui edificado, apesar da “boa
intenção”. (LEMOS, 2017)
Quantas vezes já não nos pegamos tratando ou vendo como “heróis” alguma pessoa
com deficiências que tenha conseguido diminuir suas desvantagens perante o
meio. Exemplo de falas ou pensamentos como este, que acabam reforçando
estereótipos, podemos observar, por exemplo, em competições para atletas
deficientes.
Pode parecer cruel, mas: “Quem de nós pode afirmar que jamais teve um
pensamento compensatório ao ter diante de si uma pessoa deficiente?” (LEMOS,
2017), representando assim um mecanismo de defesa da negação, quando esta
diferença significativa, como nos diz a autora, causar mal-estar, tensão ou
ansiedade?
Diante deste momento em que paramos para a leitura e compreensão de um
texto, no meu pensar, tão denso como de AMARAL (1998) é hora de, como o texto
nos sugere: refletir, retomar e principalmente fazermos movimentos para a
“tomada de consciência, para o exercício da crítica”.
Referência
AMARAL, Lígia A. In: Diferenças e preconceito na escola: alternativas
teóricas e práticas/Coordenação de Julio Groppa Aquino. São Paulo: Summus, 1998.LEMOS, Jaqueline. Atividade Módulo 4, EPNEE, Moodle UFRGS.