Quando fiz meu estágio obrigatório do Magistério, em
determinado momento, minha professora titular me ofereceu "folhinhas"
que ela tinha sobre geografia; para não ofendê-la, aceitei as tão preciosas
matrizes, e analisando-as percebi que datavam de 12 anos atrás.
Pensei comigo: "Como posso usar as mesmas folhinhas?"
Ok, nada mudou a respeito da erosão ( matéria em questão), mas mudaram as
crianças. Os alunos do quarto ano de 12 anos atrás não tinham internet, tablet,
smartphones, com certeza não eram as mesmas crianças de hoje.
A teoria ainda pode ser a mesma, mas a forma de apresentá-la
não deve ou não deveria ser a mesma, é
preciso que se respeite os conhecimentos das crianças da atualidade, é preciso
que se "repasse" estes conhecimentos de uma forma em que as crianças
de hoje sintam necessidade e curiosidade sobre o mesmo assunto que seus pais
estudaram naquelas folhinhas".
Resumo da ópera! Descartei as"folhinhas" tão apreciadas pela
professora titular e fiz aquilo que eu achei que seria do interesse das crianças,
das minhas crianças atuais.
Montamos duas
maquetes: uma com um solo protegido por vegetação outro sem. Levei para a escola uma mangueira
e usei o barranco, desprotegido de vegetação por onde todos os dias eles ( as crianças) desciam enlouquecendo os
professores da escola.
Fomos a campo, experimentamos o que acontecia com cada
maquete e com o barranco. Resultado? Passados cinco anos, encontro quase todos
os dias dois alunos desta turma que sempre me dizem: Oi profe! E reiteram a
cada dia que podem ter esquecido tudo menos
como a erosão do solo acontece.
Se fico feliz? Sim, muito! E agradeço a cada dia não ter
acolhido as "folhinhas" da professora titular e ter acreditado no meu
instinto (?) e ter feito a diferença e sendo diferente.
Mas me preocupo quando hoje, na condição de aluna, muitas
vezes vejo repetidos os mesmos questionamentos que já foram feitos a quem me
antecedeu!
Reflexão? Até que ponto?
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