Muito se engana quem não acredita que o ato de educar é
essencialmente político.
Quando
nos deparamos com o texto de Santomé, e este nos expõe a comparação sobre o
compartilhamento dos saberes dentro das nossas instituições de ensino com os
modelos de produção, podemos perceber que sim, o ato de ensinar é político e
por tanto também nos cabe como educadores tomar posição sobre o que queremos
para nossos alunos e também o que acreditamos ser verdadeiramente o nosso fazer
pedagógico.
Muitas
vezes mudar as estruturas presentes em nossas escolas, como os currículos
engessados, os conteúdos fragmentados, pode não ser fácil, mas merece uma boa
luta. Penso que se dentro de nossa sala de aula mantivermos posições que
transgridam este fazer sempre igual, se proporcionarmos a nossos alunos uma
visão mais ampla, mais integrada e uma prática interdisciplinar poderemos de
alguma forma conseguir vencer este “ranço” educacional que ainda insiste em se
fazer presente em nossas escolas.
Não
resolve usar no discurso um ”palavreado” bonito e moderno, sobre a
interdisciplinaridade, currículo integrado, qualidade de ensino, trabalho em
equipe, se mantivermos na prática o “cola e copia” de um ano para o outro de
textos e atividades, se ainda agirmos como se fossemos os únicos detentores de
algum saber, se virarmos as costas aos anseios e curiosidades de nossos alunos,
por que foge do planejamento e é preciso “vencer” a planilha de conteúdos. Não
podemos ter em nosso discurso as belas frases como: ”Não, eu acredito que
devemos fazer a diferença”!, “É preciso investimento na educação”, se na
prática nos reunimos na sala de reuniões sem questionar, sem discutir com
nossos pares, nossas ações pedagógicas, sem tentar mostrar que sim, estamos
fazendo diferente em sala e estamos ali, sem medo, para dividir nossas
experiências e buscar aliados pela causa. Se só participamos de formação
continuada, quando estas existem, se houver convocação e a possibilidade de
levar uma falta, se na prática nada estamos fazendo, quando no caso da Educação
de Porto Alegre perdemos as 8 horas de formação mensal, que já eram poucas e
agora temos no máximo 4 aos sábados ou 2 horas após o expediente.
Se
dentro de nossas escolas e salas de aulas conseguirmos fazer com que o diálogo
entre professor x professor , professor x aluno, aluno x aluno, exista de fato
poderemos, com certeza, fazer de nossa docência a diferença e também contribuir
para que a autonomia de nossos alunos seja realmente concreta e eficaz
proporcionando que a construção do seus conhecimentos e saberes corram
paralelamente à construção da sua história e da sua visão de mundo.
Jaque, muito boa a tua reflexão e a correlação teoria e prática.
ResponderExcluirTuas escritas estão com muita qualidade. Parabéns!
Att, Katielle de Oliveira Felix de Sena
Tutora de Seminário Integrador
Turma E- Eixo VII