Hoje,
retomando as aulas de história para a construção do Workshop, revi o vídeo da
primeira aula presencial onde discutimos memórias, lembranças, gatilhos que nos
despertam para o passado.
Fiquei
lembrando a escola do meu tempo, aliás, a mesma escola onde minha mãe
estudou no seu tempo. “Linquei” estas lembranças e outras
resgatadas das memórias da minha mãe, com os textos Maquinaria e Des-Encantos;
tracei comparações entre as escolas mostradas nos textos, e a escola dos dois
momentos que separam a minha primeira vivência escolar da que viveu minha mãe;
e, é claro, como não poderia deixar de ser, comparei estas experiências com as
que hoje proporciono a meus alunos.
Realmente
o conhecimento, em qualquer área, serve para que tenhamos a possibilidade de
mudanças, ou nos munamos de argumentos que nos permitam criar estas
possibilidades.
Quando
se estuda a história da educação, seja ela em âmbito mundial ou nacional,
este conhecimento nos serve para ir além do conhecimento dos fatos; conhecer a
história da educação, principalmente a do Brasil, nos leva a observar a serviço
de quem ela foi criada, de que forma teve suas primeiras atuações, que linhas e
que práticas pedagógicas foram empunhadas a seu serviço.
Ter
conhecimento deste caminho, também nos permite observar que já houve mudanças;
e avaliar o que elas significaram para a educação que hoje se sonha e se
almeja.
Com
certeza, nossa educação ainda está muito ligada a forças e desejos
políticos; não se pode negar que as limitações estruturais, sejam elas de
caráter físico ou pedagógico, estão fortemente presentes. Mas também não
podemos dizer que não houve mudanças, que continuamos ainda amarrados e
engessados dentro das vontades políticas da minoria detentora do poder; pois, conquistamos consideráveis vitórias nesta
trajetória educacional, e com certeza muitas destas vitórias, se não todas, se
deram pela vontade e luta de professores e profissionais da educação que
ousaram acreditar que mudanças eram possíveis, que enfrentaram desafios
dentro e fora da sala de aula. E que de forma crítica e consciente
tomaram para si a busca de melhores condições de e para educar.
É
claro que ainda há muito a se mudar, mas é certo também que, por mais vontade e
engajamento que tenha um professor, um profissional da educação, ainda somos
limitados por uma série de fatores e esses estão além de nossas possibilidades
de luta ou de determinação em mudar nossa educação.
Enfrentamos
problemas políticos, enfrentamos famílias, onde a educação ainda não é
prioridade, convivemos com crianças que estão dentro de realidades sociais,
econômicas e emocionais diversas, que muitas vezes tem na agressividade e no
desinteresse em sala o melhor que podem nos dar. E neste momento é preciso mais
do que nunca que o professor assuma sua vontade de mudar, acredite que mudanças
são necessárias e possíveis, procurando uma maior interação com estas crianças,
compreendendo e buscando conhecer as suas necessidades e a sua realidade.
Não
é fácil, há seus limites, às vezes físicos, às vezes emocionais, e muitas vezes
políticos, mas penso que o professor engajado na mudança, consciente do seu
papel e sabedor de para onde quer que nossa educação caminhe, há de achar uma
brecha, um momento de agir e enfrentar estes e outros desafios que venham a
separá-lo daquilo em que acredita e para aquilo que paulatinamente nossa
educação vem buscando, ou seja, não mais a formação de uma mão de obra barata, a
serviço de uma elite conservadora, não mais meninos e meninas que frequentam a
escola para ter uma renda extra no final do mês, mas meninos e meninas que
cresçam sabedores de seus direitos e deveres, que de forma autônoma e crítica
conheçam a sua história e, a partir deste conhecimento, consigam modificar sua
história presente e construir sua história futura.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUm tema fundamental na educação: O reconhecimento do papel social dos professores. Mais do que passar conteúdos, precisamos auxiliar na formação de sujeitos críticos, capazes de reconhecer suas autorias e cumprir um papel ativo na sociedade. Para isso, precisamos assumir nosso papel, reconhecendo nossa participação em uma educação de qualidade e na formação de sujeitos críticos.
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