QUE VENHAM AS
AVALIAÇÕES
O período da construção das avaliações das crianças é para
mim um momento intenso de pensar e refletir, pois quando sento para realizá-los
é preciso rever todo o semestre e se por
algum motivo neste caminhar deixei de avaliar algum fazer, está é a hora em que
ele aparece.
Na formação continuada desde mês, nada melhor que uma palestra e discussão
exatamente sobre: "Um olhar
sensível sobre o tempo de brincar e de aprender", nossa palestrante nos falou sobre o tempo, a temporalidade, a
ritmicidade, sobre a interação social, a mutualidade e a reciprocidade nos
chamando a atenção para cada um destes conceitos e suas implicações na vida das
crianças, tanto dentro como fora da escola.
Mas o que realmente deixou marcado, após sua fala e da
discussão que tivemos, não foi a reafirmação de que o brincar é importante, de
que o brincar é fundamental para a
interação e socialização das crianças, mas sim a importância do olhar sensível
do educador para aquilo que não é visível; o olhar para além.
Quando me sento para escrever minhas avaliações, na verdade
sento para unir e "costurar" várias pequenas observações que tenho feito durante todo o período, e aí
que vem um intenso refletir, pois
remonto àquilo que já passou com o que vivencio agora, e este juntar me mostra
não somente a evolução das crianças, mas principalmente seu processo de
aprendizagem e principalmente o meu refletir a cada passo do meu fazer
pedagógico.
E penso que é na
descrição deste processo, do fazer da criança, que vamos descobrir em que
momento deixamos de olhar verdadeiramente,
para esta ou para aquela outra criança, por que sim, muitas vezes
fizemos isso, mesmo que inconscientes.
Sabemos que fulano
já reconhece e nomeia as cores, ou que beltrano
domina a tabuada e a conjugação verbal, mas e sobre as suas apropriações emocionais, eu prestei atenção? Eu observei durante algum tempo como
está a relação ao conhecimento de si? Eu sei como ele interage com seus pares?
Alguma vez eu me dei conta de que era preciso mediar esta ou aquela interação pessoal dentro de sala?
Muitas vezes discuto com meu marido, professor da educação
fundamental, onde sei que as avaliações são mais diretas, não há relatórios de
acompanhamento individual, como na educação Infantil, mas por vezes questiono:
será que estas questões se observadas em
cada uma de nossas crianças não dariam uma melhor visão deste aluno? Será que
um NS (não satisfatório) não seria mais bem avaliado/explicado se o educador
olhasse para estas crianças de forma inteira?
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