No livro : À sombra desta mangueira, Paulo Freire coloca a importância da dialogicidade como da condição humana e um clamor do educador democrático.
Coloca a comunicação, resultado do diálogo, como essencial a vida e como “instrumento tecnológico que encurtam o espaço e o tempo”. Também ressalta a importância, como seres históricos e sociais, de nos fazermos conscientes da nossa inconclusão o que nos direciona a uma busca da razão dos fatos, a um questionamento incessante a que Freire denomina de curiosidade. Curiosidade esta que desperta a atividade gnosiológica, ou seja, nos leva a refletir, a conhecer.
A manutenção da prática educativa progressista depende do exercício desta curiosidade epistemológica, que nos aproxima metodicamente do objeto de nossa curiosidade. A relação de dialogicidade entre professor e aluno sustenta a educação democrática, mantendo a curiosidade a investigação. Na dialogicidade encontramos o respeito entre os sujeitos que dialogam, é uma troca constante onde quem dialoga busca criticamente a significação dos fatos, os porquês. São questionadores, que reconhecem o porquê de suas perguntas e sabem que obterão respostas sérias. O professor democrático como diz Freire: não está, ele é dialógico.
Ao contrário da educação “bancária” onde a curiosidade, assim como a criatividade e a identidade cultural dos alunos são desprezadas. Neste cenário o professor autoritário leva à memorização mecânica dos conteúdos, resultando em alunos sem alegria de aprender sobre, de descobrir o mundo, mas principalmente sem que este aluno critique esse mundo aceitando o: “É assim e sempre foi assim"!
Referencia:
FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. São Paulo:Olho Dágua, 2000 (p.74-82)
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