Estou em dívida comigo mesma, prometi-me postar no Blog, ao
menos uma vez por semana, mas ficou difícil.
Até tive material para isso, mas confesso que o tempo ficou
curto. Mudanças na escola, muito texto para dar conta e não atrasar as
postagens das interdisciplinas. Mas “bora” lá, tudo isso explica, mas não
justifica.
Escutando e refletindo com Zabalza.
No mês de maio participei de um Seminário Científico, promovido
pelo CID (Centro Integrado de Desenvolvimento) e intitulado: A escola como
espaço de vida e aprendizagem, conduzido pelo Dr. Miguel Zabalza.
O seminário tratou de muitas questões que estamos
vivenciando e discutindo nas aulas.
O professor iniciou sua fala com este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=mR3DzRMob-c
Falou da pedagogia da emoção, destacando o quanto são
importantes as inovações na educação, mas ressaltou que não se pode fazer
trocas em tempos curtos, é preciso tempo e forma para que elas se consolidem.
Zabalza falou sobre a escola ser um lugar aonde vamos para
viver, como um local de harmonia em todas as relações.
Nos fez refletir sobre questões como: função educativa,
qualidade de ensino, desenvolvimento, currículo, família e educadores dentro
deste espaço de vida e aprendizagem, onde
todos estes fatores devem ou deveriam estar entrelaçados e em harmonia
para que esta escola tenha, antes e além de tudo, um contexto enriquecedor.
Falou de um currículo como projeto de enriquecimento e não
conteúdos e mais conteúdos despejados sobre nossas crianças.
Esta fala dele me remeteu a questão da dispersão, pois
acredito que muitas vezes, se não na maioria delas, esta dispersão do aluno se
dá neste momento de “despejo” de conteúdos que nada significam ou despertam
curiosidades.
Se nossa escola fosse realmente viva e enriquecedora, penso
que nossos alunos seriam despertados para a curiosidade e assim para o
aprendizado.
Temos culpa de uma grade curricular estanque e fechada em
conteúdos? Sim penso que temos, pois lutar por mudanças, pode ser difícil e
doloroso, às vezes, mas podem trazer resultados, mesmo que em longo prazo.
Mas acredito naquela máxima “de um limão, uma limonada”. Se for
preciso ensinar conteúdos maçantes, cheio de dados, gráficos e que quase
sempre aparentam não ter ligação com
nada nem com ninguém, por que não tentar fazer isso de uma forma mais sensível,
mais agradável, mais próxima de nossos alunos.
Lembro-me de uma questão no meu primeiro vestibular, só
respondida corretamente por que me lembrei de uma professora de história lá da
quinta série; ela riscava todo o quadro fazendo ligações entre os fatos
históricos que nada tinham a ver conosco, com coisas que vivíamos no nosso dia
a dia, confesso ficou bem mais fácil e interessante conhecer a história do
mundo. Naquela época, para mim, este terminava no limite entre Osório e Santo
Antonio da Patrulha.
Quando lançamos
questionamentos como: “Será que a escola enriquece realmente as
crianças?” "Vale a pena ir à escola"?
Devemos refletir sobre os conteúdos e fazer uma
diferenciação entre conteúdos pobres x conteúdos empobrecedores; entre
conteúdos ricos x conteúdos enriquecedores.
Pergunto-me: será que, muitas vezes por acomodação, não
tornamos empobrecedores ricos conteúdos?
Será que não podemos enriquecer pobres conteúdos?
Fica esta questão lançada aos professores dos anos onde conteúdos são claramente balizados.
Marcou-me a fala de
Zabalza quando ele afirma que a escola só existe verdadeiramente quando tem por
objetivo enriquecer a criança, a família, a comunidade e principalmente a nós
educadores.
A visão de uma escola onde a qualidade educativa envolva
processos educativos com garantias reconhecíveis, com resultados para todos,
com infraestrutura e com um bom clima de trabalho, nos faz pensar.
No ponto mais importante para mim e onde trabalho, a
Educação Infantil; Zabalza citou o processo enriquecedor neste nível de
aprendizagem fundamentado em três fatores:
- Potencial e desenvolvimento equilibrado;
- Compensar desequilíbrios de origem social e familiar;
- Propiciar novas modalidades de encontro:
- consigo e com outras pessoas;
- com as coisas e objetos (e seus usos);
- com as notícias e acontecimentos;
- com outras formas de pensar e agir
- com outras perspectivas de cotidiano.
Sua palestra foi encerrada com três grandes questões:
- Será que a escola pode levar a cabo esta missão de enriquecimento?
- Será que a escola pode oferecer isso a todas as crianças?
- Estamos, nós, os professores, em condições de conduzir esse processo?
Digo para vocês, ainda estou digerindo tudo que tenho lido,
escutado e discutido; e se fosse responder hoje estas questões, não gostaria
muito das respostas.
Por isso só vou respondê-las quando puder analisar bem tudo
que envolve estas questões e puder se não resolvê-las, ao menos apontar ou
criar uma grande discussão em torno delas.
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