A EDUCAÇÃO É VIDA VIVA.
A educação é viva, e como vida se
transforma, se modifica e se aprimora.
Nossa escola está passando por um
processo de reelaboração do seu PPP. Para isso estamos "desconstruindo e
resignificando nossas concepções de criança, educação, desenvolvimento,
aprendizagem e currículo". Estamos estudando para questionar nossas concepções e
redimensioná-las na prática."
Até o final de 2014, nosso PPP se
baseava na ideia de ambientes de aprendizagem, entendendo estes como
articuladores entre o espaço físico e as
relações que se estabeleciam no mesmo. Concordamos com Zabalza, quando nos diz
que espaços amplos, diferenciados, de
fácil acesso e facilmente percebidos pelas crianças em relação a sua função e
das atividades a serem desenvolvidas como um dos elementos da qualidade na
Educação Infantil.
A partir deste ano, 2015, estamos
trabalhando com a perspectiva de espaços circunscritos. Grandes mudanças que no
início causaram grandes questionamentos.
Repasso a vocês minha reflexão,
apresentada em nossa última formação na escola, onde apresentei minha visão
sobre a mudança e meu projeto individual da turma, que deve estabelecer
relações e transversalidade com os projetos coletivos da escola.
Texto de apresentação da
minha reflexão
No começo,
as mudanças no formato de trabalhar os projetos me assustaram um pouco.
Como assim,
experiências em pequenos grupos?
Como assim,
experiências optativas?
Como assim,
experiências coletivas e/ou individuais?
Como assim,
nem todos fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo? Como assim?
Iniciei o
ano com muitas dúvidas e temores.
Mas não é
que deu certo!?
Acompanhar
os pequenos grupos em suas atividades planejadas dá uma maior intimidade ao
processo. Fica bem mais fácil interagir, observar, mediar, registrar as descobertas
das crianças.
E também,
tem sido bastante interessante acompanhar e observar aqueles que não estão fazendo as atividades
planejadas, que estão explorando e brincando nos espaços da sala, normalmente
também em pequenos grupos.
Para mim que
adoro registrar quando consigo, cada fala, cada descoberta das crianças tem
sido uma boa experiência. Não digo que estou de todo tranquila, pois não seria
eu, mas até que está sendo bem legal.
Os espaços
criados na sala têm proporcionado algumas experiências bem interessantes. As
crianças os têm usado a cada dia de uma forma diferente. Criam histórias,
diálogos entre eles, com situações do
cotidiano, que na medida do possível têm sido registradas. Tem dias que queria
ter uma série de filmadoras para não perder nada.
Como surgiu este projeto?
Com uma
turma nova, quase todos frequentando a escola pela primeira vez,
notamos que
tudo na rotina escolar os fascinava e os encantava. Tudo era novidade.
Em nossas
primeiras observações notamos o interesse grande das crianças
pelas
construções com blocos de montar e encaixe,
por desenho e papel, mas isso toda criança gosta, até eu.
Pensamos
então: desenhar, construir, brincar, fazer de conta tudo isso faz parte do
processo das crianças na escola, como então “linkar” estes fazeres, com algo
que despertasse sua curiosidade, que lhes trouxessem novas experiências e oportunidade de explorar seu meio?
Os primeiros
passos na direção dos caminhos deste projeto, vieram com a observação da
alegria e encantamento de uma das crianças quando fez sua primeira atividade
com giz de cera e papel. O menino, que nos primeiros dias tinha se mantido
recluso e calado durante todo tempo da atividade, falou encantado, sobre o seu
desenho, admirando e descrevendo cada traço.
Iniciamos
então uma conversa com as crianças sobre suas vivências e conhecimentos
sobre construções e papéis.
Uma roda de
conversa, uma folha de papel e questionamentos:
O que é
isso? – Papel
Para que
serve o papel? - Para desenhar
- É
pra mostrar pro papai!
E para o que
mais serve o papel? – Pra limpar a bunda.
- E o nariz também, é pôfi?
Assim nasceu
este projeto que será desenvolvido de forma lúdica, proporcionando às crianças
experiências que lhes permitam descobrir o papel, suas funções, usos, tipos e
tudo mais que despertar a curiosidade do grupo.
O projeto
Turma M2B -
2015
PROJETO:
PAPYRUS E O MUNDO ENCANTADO DO PAPEL
TEMA
CENTRAL: O PAPEL
PROBLEMATIZAÇÃO:
Como levar
as crianças do M2B às descobertas sobre o papel utilizando arte, brincadeira,
jogos de
faz de conta,
de uma forma lúdica e prazerosa?
OBJETIVO
GERAL:
Oportunizar
às crianças conhecer recursos, materiais, atividades e experiências que
proporcionem descobrir e construir respostas para questionamentos como:
Onde e
quando surgiu?
Como é feito
o papel?
Para que
serve o papel?
Quais tipos
de papéis existem?
O que
podemos construir com o papel?
Que sons
fazem os papéis?
Podemos
brincar com o papel? De que forma?
Quais as
relações entre papel e a sustentabilidade?
O papel e o
meio ambiente.
Relato de
duas experiências realizadas:
Relato de duas experiências.
A
sensibilização do projeto
Levamos para sala todos os tipos de
papéis, que foi possível, com diferentes cores, texturas, utilidades e formatos.
Tínhamos folhas, guardanapos, papel
higiênico, revistas, livros, embalagens, sacolas, caixas, tubos, etc. Estavam espalhados
por toda a sala: sobre as mesas, cadeiras, pendurados em varais, na cabana,
colados nos balcões.
Era uma " papelada" só.
Foram deixados ali, sem aviso. As
crianças voltaram de uma atividade fora da sala.
No começo certa estranheza, mas
quando começou a exploração, o manuseio, as descobertas de tudo que estava ali à
disposição... creiam foram quase uma hora e meia de pura diversão.
As primeiras descobertas. |
Tubos viram peças de encaixe. |
Papel higiênico....serve para "limpar nariz, né profe?!" |
"Tô usando bilóculos, profê" |
A boneca
CHIQUINHA
A segunda experiência que relato,
foi a criação e confecção da Chiquinha, aquela lindeza de caipira no hall da
escola. ( Boneca confeccionada pelas crianças, que esta exposta no hall da
escola)
De novo o temor, como montar uma
atividade cujo produto vai ser coletivo, de forma “fracionada”. Como será que eles, as crianças,
vão reagir não fazendo todos a mesma coisa ao mesmo tempo? Será que conseguirei
passar isso para eles?
Eles me
ensinaram como:
- Pôfi, eu
não quero fazer isso!
- Profi eu
posso fazer o corpo?
- Profê eu
quero fazer o braço.
- Porfê eu
posso brincar? - Mas estamos
brincando de pintar! (Professora tentando argumentar - risos)
- Não, disso
eu não quero brincar!
E
agora? Quem ensina e quem aprende?
Um trio
iniciou a confecção dos braços e pernas.
Neste
momento a divisão do conhecimento.
Aluna 1: Eu não consigo!
Aluna 2:
Deixa eu te ajudo!
E
juntas confeccionaram os braços e pernas
da Chiquinha.
Alguns momentos da produção da
Chiquinha.
Esta foto dá um panorama do trabalho em sala: uns
pintando, outros fazendo o cabelo da boneca, outros na cozinha da cabana e fora
da foto um grupo montava um quebra cabeças.
A Chiquinha.
Pois é colegas estas são as primeiras
reflexões sobre mudanças necessárias à vida que pulsa.
Estudos, leituras, discussões,
práticas e muito trabalho.
A cada dia uma busca por transformar
vidas e ser transformada por elas.
Isto é para tótós
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