Sobre ser um professor reflexivo
Penso que avaliar nossa prática é um
primeiro lugar nos mostrarmos abertos a aprimorar ou a descobrir falhas neste
fazer pedagógico. É nos mantermos em movimento, desacomodados, pois quem se
acomoda pode vir a repetir possíveis erros.
Todo professor que se deixa
avaliar/refletir sua prática está em constante mudança.
Mas, muitas vezes, isso não é fácil,
pois é uma busca constante de diálogo consigo e com nosso aluno, devemos sempre
ter em mente: Quem é este aluno à nossa frente?
O que ele conhece? O que necessita e deseja? Qual a melhor linguagem
para este diálogo?
Outros questionamentos são: O que
estou fazendo para manter este diálogo? Estou percebendo e escutando este
aluno? Minha ação pedagógica está promovendo significação na aprendizagem do
meu aluno?
Todos estes questionamentos acabam
por nos aproximar de nosso aluno e se queremos que nosso aluno se torne um
cidadão questionador é preciso que nós, professores, sejamos sempre
questionadores principalmente da nossa própria prática, para que assim
possamos progredir em nossas ações.
Nas leituras observamos que há falas
que envolvem as reflexões na ação e sobre a ação como forma de desenvolvimento
profissional. Penso que a reflexão se dá antes da ação,
quando
nos questionamos como vamos desenvolver este ou aquele objetivo/experiência; e
após desenvolvê-las fazemos uma análise do que e como foi feita, permitindo uma
reflexão pós-ação e uma possível
reestruturação da ação aplicada.
Tomo com exemplo, o ocorrido em minha
turma do ano passado (JB2).
Estabelecida nossa jornada,
decidiu-se que a roda de conversa e chamada seria a primeira ação do dia, para
isso aguardávamos que todas as crianças chegassem, ou seja, nossa roda seria
após as 8h45min, depois da segunda entrada. O que acontecia era que todas as
crianças que chegavam até às 8h ficavam brincando, explorando a sala. As
crianças que chegavam às 8h30min iniciavam brincando, mas logo paravam, pois
era a hora da roda e chamada. Este fato acabava criando certo agito, pois quem
chegava mais tarde reivindicava mais tempo para brincar, e quem já estava se
preparando para a roda se desestruturava e assim se instalava o caos.
Discutimos em equipe principalmente
dois pontos: *as crianças devem e têm o direito a brincar; *a rotina é
importante para a organização e autonomia das crianças. Depois que conversarmos,
a decisão foi tomada: Nossa roda iniciaria às 8h25min, com quem já estivesse em
sala. Ao chegar, o grupo das 8h30min iria direto para a roda. Com esta nova
jornada, conseguimos manter a turma mais organizada; e com o passar do tempo as
crianças que chegavam no segundo horário, passaram a chegar mais cedo.
Quando percebemos esta mudança no
horário, questionamos as crianças e descobrimos que elas haviam reivindicado
junto às famílias chegar à escola mais cedo, para poder brincar mais.
Para
fazer esta mudança nossa equipe precisou parar, avaliar o que estava
acontecendo e repensar uma forma de fazer mudanças, sem que estas prejudicassem
as crianças e sua jornada. E pelo resultado conseguimos, pois já no meio do
ano, 95% das crianças chegavam até às 8h, o que auxiliou bastante no
desenvolvimento da nossa jornada diária.
Olá Jaqueline,
ResponderExcluirRealmente, sempre que o professor reflete sobre a sua prática em sala de aula os resultados são ótimos, pois ocorre uma ampliação do olhar sobre o que se objetiva e o que está acontecendo. Parabéns por seres uma professora reflexiva!Um abraço. Tutora Mônica