O resultado de um dos trabalho desenvolvido pelo CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação),
que nos foi apresentado por Regina Hara, ao final da sua leitura nos trás uma
desacomodação a respeito da alfabetização de adultos principalmente quando ela
une as teorias de Paulo Freire aos estudos de Emília Ferreiro nos mostrando a
respeito da concepção sobre a escrita, que precedem a escola, e da aquisição do
conhecimento constituída na ação do sujeito em interação com objeto do
conhecimento/meio, fato comum às crianças e aos adultos não alfabetizados.
No texto a autora retoma, como
já vimos em outros textos que tratam do assunto EJA, sobre quem são estes alunos,
seu passado de dificuldades em relação aos estudos, bem como as que encontram
hoje com suas baixas condições socioeconômicas e na expectativa de que retomar
os estudos seja, talvez, a única forma vista por eles para conseguirem mudar
esta condição social.
Outro ponto trazido neste texto
é a análise em relação aos educadores presentes na EJA, da sua dificuldade em
encontrar estudos e materiais para este nível e muitas vezes também o seu
despreparo para enfrentar os desafios para a prática educativa Outro ponto é a grande
incidência de maus resultados nos objetivos propostos tanto de aprendizagem e conscientização
política assim como o grande número de abandono durante o processo de
alfabetização, sendo neste último fator impulsionado pelas condições de
marginalizados impingidas a estes alunos, ao cansaço físico atribuído aos
serviços pesados e muitas vezes a pouca prioridade dada à educação frente a
necessidades como alimentação,moradia, etc.
Novamente, no texto fica claro, é
essencial a necessidade deste educador, conhecer e respeitar a história de vida
do seu aluno e principalmente acreditar que este aluno, mesmo analfabeto, trás consigo
muitas informações a respeito da leitura e da escrita, mesmo que não
decodifique todas as palavras. Cabe ao educador, no momento de traçar suas
estratégias de ensino, valorizar estes conhecimentos ligados à realidade e a
afetividade de seus alunos, para desenvolver processos que os auxiliem na
leitura e escrita, não só dos códigos e signos, mas na leitura e compreensão do
mundo.
Referência
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.
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