Cidadãos autonomos
Quando falamos em formar, preparar nosso aluno para ser um
cidadão, a primeira coisa que devemos proporcionar a ele é autonomia.
Mas, ser uma pessoa autônoma não é sinônimo daquela que faz o
que quer; o que deseja sem respeitar as pessoas que convivem com ela. Mas sim,
é viver em harmonia dentro de regras e combinações feitas no seu grupo.
"Do ponto de vista moral, a cooperação leva não mais à
simples obediência às regras impostas, sejam elas quais forem, mas a uma ética
da solidariedade e da reciprocidade. Essa moral caracteriza-se, quanto à forma,
pelo desabrochar do sentimento de um bem interior independente dos deveres
externos, ou seja, por uma progressiva autonomia da consciência, prevalecendo
sobre a heteronomia dos deveres primitivos". (PIAGET: p.118).
Dentro de uma sala de aula, esta
harmonia é alcançada quando se desenvolve o respeito entre adulto x criança e
criança x criança, e a melhor forma de
se construir estas regras e combinações é em conjunto, onde a partir de
conversas e ações este grupo aprenda a respeitar uns aos outros.
Quando se trabalha com crianças
pequenas às vezes é uma tarefa árdua, pois o egocentrismo e a falta de empatia,
característicos da idade, tornam difícil a construção ou a manutenção desta
moral.
É neste momento que, muitas vezes,
os adultos se perdem, deixando de lado o afeto, o acolhimento e o respeito
entre o adulto e a criança, esquecendo
ou naturalizando as sanções expiatórias,
ou transformando as sanções por reciprocidade em punição.
O perigo deste momento é a negligência
se fazer presente. Para que isso não aconteça é preciso que o educador reveja
suas ações, suas convicções e reforce
nas crianças o estímulo à construção e revisão das regras ligadas à cooperação
e igualdade, levando-as a compreender suas faltas e percebendo que devem
corrigir sua conduta. Neste momento devemos auxiliá-los nesta (re)construção de
sua moral.
Referência bibliográfica:
PIAGET, Jean. O julgamento moral
na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
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