segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O fazer a história!

                 Após ler o texto "O  ensino da história no Brasil: trajetória e perspectiva", eu fechei os olhos e pensei na História, na minha História. E a citação de Murilo Mendes (1935) citado por Nadai (1993)i,  traduziu as minhas lembranças: [...] decorando o mínimo de conhecimento que o "ponto" exige[...]."
                 Fecho os olhos e as primeiras lembranças que surgem são de um guarda-pó branco e uma bandeirinha do Brasil em punho, a cada vez que se comemorava  a Independência do Brasil e o presidente da República vinha visitar a cidade. Outra lembrança que povoa minha trajetória  escolar é o tilintar do relógio, de aros prateados e enormes, da minha professora de história; enquanto as longas unhas pintadas  de branco tamborilavam sobre a mesa, ao mesmo tempo em que ela tomava oralmente um dos três pontos que havíamos estudado e  que fora sorteado ali naquele momento.
                Datas, nomes, locais... tudo isto "gravado" na ponta da língua, mas nada "sabido", nada significativo, as lembranças daquela  época são estas,  além das tais datas comemorativas que até hoje não gosto, ao menos não na forma que infelizmente ainda são apresentadas em muitas salas de aula:  Índios com penas coloridas, bandeiras do Brasil decoradas com todo tipo de material, cruzadinhas sobre o Descobrimento, um traidor enforcado, e uma república "livre"  entre outras tantas.
               Dos meus 14 para 15 anos, a História passou a ter significado para mim, deixou de ser apenas datas, heróis  e locais. Passei a conhecer a História no meu fazer e reconhecer,  sujeito da minha própria história e principalmente da história vivida pelo meu país naquele momento.




               Acompanhar o panorama descrito por Nadai nos dá a certeza que muita coisa mudou, e para melhor, em relação ao ensino da História, mas certamente muito há ainda para evoluir.  Caminhemos e contribuamos para que cada vez mais o ensino da História tenha uma pedagogia que permita a nosso  aluno colocar-se como ator e autor da sua história, e que ocupe seu lugar na sociedade e no seu compromisso histórico.