sábado, 19 de dezembro de 2015

Espaços circunscritos


               Aprendizagens sobre espaços circunscritos


                Este ano minha escola passou a trabalhar com os espaços circunscritos. Uma nova proposta pedagógica em relação a espaços e tempos,
                Foi um ano de muito estudo e trabalho, e vejo que as aprendizagens conquistadas no curso PEAD foram muito importantes para a concretização deste trabalho, pois saber um pouco mais sobre infância e sobre crianças me auxiliou na compreensão do tempo e do pensamento, da forma de aprender das crianças; claro que respeitando as diferenças de cada uma em todos estes aspectos.
                Compreender como funcionam suas relações e inter-relações me possibilitou organizar minhas práticas de forma que elas viessem ao encontro deste tempo e deste compreender, e aprender das crianças.
                Espero que, em 2016, não só os estudos continuados realizados na escola bem como as interdisciplinas que virão me ajudem e orientem ainda mais, para que eu possa analisar e repensar a cada dia o meu fazer pedagógico.
                Alguns aprendizados sobre os espaços circunscritos: Este é uma síntese de um relato feito por mim, na SMED, a respeito do meu trabalho desenvolvido neste ano de 2015 a respeito da proposta dos espaços circunscritos.

                                                                        https://youtu.be/xbWxeVXp2Pk 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O que Freud me ensinou



O que Freud me ensinou...

            As aprendizagens sobre  o desenvolvimento psicossexual das crianças segundo Freud, para mim que pouco convívio tive ou tinha com crianças antes de entrar na profissão, mesmo que de forma rápida, me permitiram olhar as crianças de uma forma mais consciente do meu papel como educadora, responsável por seus aprendizados, mas também, de uma forma responsável, na avaliação de um futuro e possível transtorno, nascido de uma das fases "mal resolvida" do seu desenvolvimento.
            E para que, segundo Freud, um educador possa auxiliar na sublimação das pulsões parciais é preciso que se tenha conhecimento de cada uma delas, suas características e principalmente de que forma deve agir e que proposições deve fazer para que aconteça este processo de sublimação. Como bem disse Freud, a  tentativa de suprimir estas pulsões não só é inútil como pode gerar mais danos futuros do que  um desenvolvimento não satisfatório de alguma destas fases.
            Trabalho em uma comunidade onde os pais nem sempre têm estudo ou conhecimento e onde vejo que, com o pouco que já sei, posso auxiliá-los no entendimento destas fases e processos por que passam seus filhos
            Claro que algumas coisas a vida ensina: no início do meu estágio uma monitora repreendeu de forma brusca uma criança de 4 anos que se tocava, na época mesmo sem saber o que hoje sei sobre esta fase da descoberta e do desenvolvimento das crianças, chamei a atenção da monitora de que aquela não parecia ser a melhor forma de conversar com a menina sobre isso; hoje, após estudar Freud, compreendo que eu estava certa.
            É este conhecimento que traz a possibilidade de estar sempre atenta aos fatos, e no momento em que estas fases estão sendo construídas poder auxiliar na direção da energia que move estas  pulsões a outros fins que não aos sexuais, podendo assim propiciar a sublimação. Ponto este onde Freud depositou a importância do papel do educador.

                                                 Conhecimentos que modificam a história.


         Hoje, retomando as aulas de história para a construção do Workshop, revi o vídeo da primeira aula presencial onde discutimos memórias, lembranças, gatilhos que nos despertam para o passado.
         Fiquei lembrando a escola do meu tempo, aliás, a mesma escola onde minha mãe estudou  no seu tempo.         “Linquei” estas lembranças e outras resgatadas das memórias da minha mãe, com os textos Maquinaria e Des-Encantos; tracei comparações entre as escolas mostradas nos textos, e a escola dos dois momentos que separam a minha primeira vivência escolar da que viveu minha mãe; e, é claro, como não poderia deixar de ser, comparei estas experiências com as que hoje proporciono a meus alunos.
         Realmente o conhecimento, em qualquer área, serve para que tenhamos a possibilidade de mudanças, ou nos munamos de argumentos que nos permitam criar estas possibilidades.
         Quando se estuda a história da educação, seja ela em âmbito mundial ou nacional,  este conhecimento nos serve para ir além do conhecimento dos fatos; conhecer a história da educação, principalmente a do Brasil, nos leva a observar a serviço de quem ela foi criada, de que forma teve suas primeiras atuações, que linhas e que práticas pedagógicas foram empunhadas a seu serviço.
         Ter conhecimento deste caminho, também nos permite observar que já houve mudanças; e avaliar o que elas significaram para a educação que hoje se sonha e se almeja.
         Com certeza, nossa educação ainda está muito ligada a forças e desejos  políticos; não se pode negar que as limitações estruturais, sejam elas de caráter físico ou pedagógico, estão fortemente presentes. Mas também não podemos dizer que não houve mudanças, que continuamos ainda amarrados e engessados dentro das vontades políticas da minoria detentora do poder; pois,  conquistamos consideráveis vitórias nesta trajetória educacional, e com certeza muitas destas vitórias, se não todas, se deram pela vontade e luta de professores e profissionais da educação que ousaram acreditar que mudanças eram possíveis, que  enfrentaram desafios dentro e fora da sala de aula. E que de forma crítica e consciente  tomaram para si a busca de melhores condições de e para educar.
         É claro que ainda há muito a se mudar, mas é certo também que, por mais vontade e engajamento que tenha um professor, um profissional da educação, ainda somos limitados por uma série de fatores e esses estão além de nossas possibilidades de luta ou de determinação em mudar nossa educação.
         Enfrentamos problemas políticos, enfrentamos famílias, onde a educação ainda não é prioridade, convivemos com crianças que estão dentro de realidades sociais, econômicas e emocionais diversas, que muitas vezes tem na agressividade e no desinteresse em sala o melhor que podem nos dar. E neste momento é preciso mais do que nunca que o professor assuma sua vontade de mudar, acredite que mudanças são necessárias e possíveis, procurando uma maior interação com estas crianças, compreendendo e buscando conhecer as suas necessidades e a sua realidade.
         Não é fácil, há seus limites, às vezes físicos, às vezes emocionais, e muitas vezes políticos, mas penso que o professor engajado na mudança, consciente do seu papel e sabedor de para onde quer que nossa educação caminhe, há de achar uma brecha, um momento de agir e enfrentar estes e outros desafios que venham a separá-lo daquilo em que acredita e para aquilo que paulatinamente nossa educação vem buscando, ou seja, não mais a formação de uma mão de obra barata, a serviço de uma elite conservadora, não mais meninos e meninas que frequentam a escola para ter uma renda extra no final do mês, mas meninos e meninas que cresçam sabedores de seus direitos e deveres, que de forma autônoma e crítica conheçam a sua história e, a partir deste conhecimento, consigam modificar sua história presente e construir sua história futura.

domingo, 13 de dezembro de 2015

           
              o ser criança.

                     Quando iniciou a aula de Infâncias, fiquei bem interessada e pensei: esta será uma interdisciplina muito importante e fundamental para minhas práticas. E não estava errada, pois todas as aulas desta interdisciplina foram de grande valia para o entendimento das crianças, da construção das concepções de criança e infância.
            A primeira leitura foi exatamente sobre isso: o conceito de infância.         Pensei, isso é fácil! Lembrei-me de um poema que caracteriza criança e infância, que adoro: Apenas brincando da Anita Wadley, mas aí me pus a pensar que a criança e a infância ali apresentadas eram únicas, lindas, ricas em descobrimentos; é o ser criança, o ser infância.
            Pois é, essa é ou deveria ser a infância e a criança que nela vive; nela se constrói, se constitui e dela desfruta, e aí não importa se é a criança que eu fui  que fazia barro virar foguete; e latinhas de manteiga, carros de Formula 1; ou se é a infância de meus sobrinhos, onde o Tablet substitui o barro e jogam King of Speed – 3D no Ipod.
            Mas aí veio o pensar: E quando esse “conceito” não é a realidade?  Deixa de ser infância? Deixa-se de ser criança?  O que é (o) ser criança? Todas as crianças são iguais (em conceito)? Todas as infâncias são iguais? Toda criança tem infância?
            Para responder estas perguntas busquei as teorias e documentos da atualidade que defini:
            Criança: Ser  real e concreto. Ser único. Ser que pensa. Ser que constrói conhecimentos a  partir das interações com o meio. Sujeito ativo construtor da sua história. Ser com direitos de ser protegido, educado, alimentado, de desenvolver-se físico, mental, moral, espiritual e socialmente. Ser cujos direitos devem ser garantidos pela família, sociedade e o governo. Um espaço de tempo determinado entre o nascimento até os 12 anos de idade.
             Infância: Construção social que se constitui pelas variadas intervenções do meio em que se encontra o ser criança. Tempo e espaço onde este ser criança está inserido. É o presente, é o produzir cultura ao mesmo tempo em que se é produto dela.
            Estes são os significados sociais ( aceitáveis, pretendidos ) do ser criança e do viver infância, mas se a infância se constrói das aprendizagens absorvidas do meio e da cultura nos quais se vive; qual infância conceituar? A das nossas teorias? A dos  nossos desejos? Ou as diversas infâncias construídas e constituídas  de meios e culturas não padronizadas, como aceitáveis ou pretendidas?
            E me pergunto, no nosso papel de educadoras como trabalhar em meio a tão diversas infâncias?
            Como, enquanto educadora, auxiliar estas crianças a viverem “suas” infâncias? Como fazê-las experimentar e vivenciar esta comunicação com o mundo de forma a que constituam e construam sua identidade, sua singularidade e seu fazer histórico-social?

terça-feira, 1 de dezembro de 2015


As  dificuldades e alegrias de aprender!

         As interdisciplinas deste segundo semestre trouxeram muitas aprendizagens.                Todos estes movimentos me fizeram perceber  que a tarefa de escrever, de forma rotineira, no blog necessita, ainda, de uma aprendizagem bem maior.
         A questão de escrever com significado precisa ser mais trabalhada, não que as aprendizagens  deste semestre não foram significativas, pois foram e muito. O que eu preciso aprender é como externá-las de forma mais sistemática.
         Todas as postagens feitas até o momento foram para mim muito significativas e por isso tiveram uma fluidez, pois foi o amadurecimento de muitos conhecimentos.
         Fiquei tão envolvida com tantas descobertas e reflexões deste segundo semestre que ficou difícil lembrar de que tenho que dividi-las com meus pares.
         As  primeiras leituras da interdisciplina de alfabetização vieram a corroborar com as minhas práticas de sempre colocar às crianças da Educação Infantil em contato com  o maior número possível de livros e portadores de escrita.
         Sempre lemos em sala e após a leitura faço o registro das recontagens orais da turma. E depois vamos folhear os livros usados e muitos mais.
         Como professora da Educação Infantil, o que mais me despertou a  atenção e me fez procurar mais subsídios para aumentar meu entendimento sobre, foi a questão levantada no texto de Analice Dutra Pilar, que fala sobre o desenvolvimento e a aproximação do sistema de desenho pela criança e o auxílio deste na construção da escrita.
         Penso em me aprofundar neste estudo e traçar estratégias para a execução de ações e na proposição de experiências que proporcionem às crianças um bom desenvolvimento e construção deste sistema. E a mim, como educadora, um bom entendimento de como estas crianças estão construindo esta linguagem.
         Estes dois aprendizados, meu e das crianças, me  permitirão, diariamente, rever  minhas práticas pedagógicas, e às crianças poderão possibilitar  uma transição e um entendimento mais  tranquilo quanto às suas hipóteses sobre a escrita e a diferenciação entre estes elementos.


terça-feira, 22 de setembro de 2015

Hoje resolvi postar um texto/resposta a um questionamento da interdisciplina de Infâncias 0 a 10.  
E admito ... é por orgulho 
Mostrei a uma amiga que me disse: " Menina, estás começando a expressar teus questionamentos. Este é o bom começo!" 
Confiando nela lá vai meu texto:



                                     
 
                                              Conceito de infância!

Juro que, quando foi dada esta tarefa, pensei... vai ser fácil conceituar infância.
Quando  se fala em infância a primeira imagem que nos vem à cabeça, geralmente, é de uma criança e assim lembrei-me de um poema da Anita Wadley – Apenas brincando – poema lindo que para mim é o retrato da infância: Época de descobrir, experimentar, aprender, de ter fantasias e vivê-las, de ser curioso,  de acreditar que tudo que tentar vai dar certo, de ser médico em um segundo e escafandrista meio segundo depois, de conversar com o mundo e com os amigos ocultos,  enfim:  Tempo de aprender e (se) (re)construir BRINCANDO, e tempo de ser respeitado nas suas vivências e aprendizagens.

Barbada né? Isso é infância!  Isso é ser criança!

Pois é, depois fiquei pensando: Essa é ou deveria ser a infância e a criança que nela vive; nela se constrói, se constitui e dela desfruta, e ai não importa se é a criança que eu fui  que fazia barro virar foguete e latinhas de manteiga, carros de Formula 1; ou se é a infância de meus sobrinhos, onde o Tablet substitui o barro e jogam King of Speed – 3D no Ipod.


Mas ai veio o pensar: E quando esse “conceito” não é a realidade?  Deixa de ser infância? Deixa-se de ser criança?  O que é (o) ser criança? Todas as crianças são iguais (em conceito)? Todas as infâncias são iguais? Toda criança tem infância?


Para responder estas perguntas busquei as teorias e documentos da atualidade que defini:

Criança: Ser  real e concreto. Ser único. Ser que pensa. Ser que constrói conhecimentos a  partir das interações com o meio. Sujeito ativo construtor da sua história. Ser com direitos de ser protegido, educado, alimentado, de desenvolver-se físico, mental, moral, espiritual e socialmente. Ser cujos direitos devem ser garantidos pela família, sociedade e o governo. Um espaço de tempo determinado entre o nascimento até os 12 anos de idade.
 

Infância: Construção social que se constitui pelas variadas intervenções do meio em que se encontra o ser criança. Tempo e espaço onde este ser criança está inserido. É o presente, é o produzir cultura ao mesmo tempo em que se é produto dela.
 

Estes são os significados sociais ( aceitáveis, pretendidos ) do ser criança e do viver infância, mas se a infância se constrói das aprendizagens absorvidas do meio e da cultura nos quais se vive; qual infância conceituar? A das nossas teorias? A dos  nossos desejos? Ou as diversas infâncias construídas e constituídas  de meios e culturas não padronizadas, como aceitáveis ou pretendidas?
E me pergunto, no nosso papel de educadoras como trabalhar em meio às tão diversas infâncias?
Como, enquanto educadora, auxiliar estas crianças a viverem “suas” infâncias? Como fazê-las experimentar e vivenciar esta comunicação com o mundo de forma a que constituam e construam sua identidade, sua singularidade e seu fazer histórico-social?


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Eu, exemplo!???

Se este é um espaço para reflexões, pensamentos, apontamentos e compartilhamento do que se passa em " Eu professora, eu estudante, eu EU" 
Lá vai .....

Eu, exemplo!???


          De repente tu estás no teu intervalo, chega uma colega , que foi tua monitora no primeiro ano de escola e de profissão, e te diz:
“Pofê Jaque , tenho um pedido especial.” 
          Tu olha meio desconfiada e diz:
“ Fala mulher.”
          Ela te olha e diz: 
            “Tu sabe, né pofê, que tu é uma das  inspirações do meu TCC! 
E queria muito que tu respondesse este questionário. 
Outras irão responder , mas tu tem que responder.”
          Tu olha e diz: 
“ Eu inspiração do que , guria.??!”
         Ela te olha e diz: 
                              “Meu trabalho é sobre a importância do afeto na
 construção do conhecimento das crianças,
 e tu foi uma das minhas inspirações.

          Caí pra trás.... tentei até argumentar...”Eu!? Desde quando minha moleza é exemplo.”
          Ai,  começamos uma bela discussão.....e descobri que uma colega que muito me ajudou e ensinou me acha exemplo de afetividade e que esta afetividade interferiu positivamente na construção do conhecimentos de minha primeira turma como professora.
          Senti muito orgulho do meu trabalho. O reconhecimento das crianças, que vi retornar em novos conhecimentos, em uma aguçada curiosidade,  em descobertas, eu claro já havia percebido, mas esta fala da colega me deixou  sim muito orgulhosa de mim e de tudo que acredito ser a forma certa/ou a tentativa certa de trabalhar com as “minhas” crianças.
         As vezes me acho, ou sou levada a achar, que sou muito “ mole”, meio sem voz ativa, meio “mãezona”, o lado terno da coisa toda , de estar tentada a achar que cada criança tem o seu tempo até para “cumprir ordens”, e estes achares e dúvidas foi o que realmente me motivaram  a enfrentar mais uma faculdade na esperança de que obtivesse se não certeza, ao menos forte indícios de como fazer de forma correta o meu trabalho, como desempenhar a função exigida da minha profissão de uma forma que eu viesse sim a ajudar e a formar pessoas que lá mais para frente soubessem distinguir seus caminhos, sabendo optar por aquilo que melhor lhes satisfazer as incertezas e as conseqüências da vida, sabedora de seus direitos , mas também de seu deveres, que tenham autonomia para tomar decisões e saber que isso  , sempre, tem uma conseqüência , mas fazendo e agindo de forma terna, de forma atenta e carinhosa consigo e com o outro.

         Então tá né...lá vamos nós rasgar o verbo e responder as questões colocadas...mas já avisei.....ainda não sei escrever palavras bonitas!

domingo, 30 de agosto de 2015

Texto reflexivo sobre portfólio




Montar um portfólio é muito interessante,  é o retrato vivo de uma aprendizagem. A cada final de semestre monto o de meus alunos, pois  é uma forma de demonstrar aos pais tudo que seus filhos aprenderam e descobriram. Diariamente monto meu caderno de registro, onde tudo que se passa em sala, das atividades às descobertas das crianças é registrado, fotografado, curtido.
Mas me questiono: por que foi tão difícil fazer o meu próprio portfólio, se houveram tantas atividades e aprendizagens?
Mas, prometo: 2015/2 será diferente.  Terei um pouco mais de organização e disciplina. Até por que, no final do semestre, percebi que se ao longo do tempo tivesse registrado de forma sistemática todas as aprendizagens que fui adquirindo, montar o texto final poderia ter sido menos sofrido nos quesitos: O que vou escrever??? Será que isso que escrevi é o correto ou o adequado???
Mas vamos lá: novo semestre, velhas promessas  e com certeza novas aprendizagens que se unirão às antigas para que ao final do semestre se possa dizer: Aprendi mais um pouco e agora registro tudo!

Texto Reflexão sobre workshop





     

            A  perspectiva do workshop a princípio chegou a ser assustadora. Além da escrita do relatório que não parecia ser uma coisa fácil apresentá-lo e defendê-lo em 10 min. se desenhava como o quadro da dor. Iniciar o relatório foi difícil; buscar e passar para o papel as aprendizagens, as emoções e temores parecia naquele momento algo impossível.
             No mínimo três grandes começos de escrita que foram parar no lixo. Até que finalmente engrenou. Era baixar a cabeça, abrir o coração e escrever. Texto escrito e aprovado. Vamos embora fazer o Power Point. Fácil resumir toda a escrita em imagens significativas; foi consideravelmente fácil.
            O problema vinha depois: ir à frente da turma apresentar e defender. No início tremedeira, preocupação principalmente com o tempo quanto ao conteúdo sem problema afinal ali estavam descritas todas as emoções do primeiro semestre. Mas veio o grande dia ...nervosismo, preocupação.
            A apresentação das colegas, ao invés de aliviar deixava mais tenso...algumas claramente conseguiram seu objetivo, outras não O pensamento era: como sintetizar, ficar tranquila e objetiva em 10 minutos, deixando de lado o nervosismo? Chegou a minha vez, nos primeiros segundos; tremedeira geral, tudo o que deveria e queria dizer estava ali...só não achava e o relógio correndo. Dois minutos e já estava mais tranquila, o texto fluía, as imagens, particularmente bem escolhidas, davam ao público a ideia geral do contexto; quando ergueu a placa de 3 minutos pensei...ainda faltam falas e slides???? Dará tempo?            Será que atingi o objetivo de mostrar às colegas tudo que foi planejado? E o tempo terminou caprichosamente junto com minha fala e a apresentação das imagens.         Chegou ao fim...alívio, nervoso e já apontadas as considerações para o próximo: manter a calma, procurar manter o foco e objetividade, lembrar que o workshop ao final mostrou ser uma colcha de retalhos onde se costura com carinho tudo aquilo que significou aprendizados no semestre.
            Autodica: manter apontamentos durante todo o semestre, apontamentos gerais sobre tudo para, ao final, selecionar o que teve mais significado e montar um belo texto que traduza tudo isso.

Texto reflexivo sobre as aprendizagens do semestre



            As aprendizagens deste primeiro semestre foram muitas e de fontes variadas. Uma das primeiras coisas aprendidas é de que sim, eu sou capaz: capaz de recomeçar a estudar 20 anos depois, capaz de conseguir recolocar os ponteiros dos relógios rodando a meu favor, não controlar mas, aprender a manipular o tempo a meu favor.
            Nas questões que envolvem as disciplinas, ter convivido com a interdisciplinaridade existente entre elas dá a real noção de que sim é possível e gratificante trabalhar de forma a que todas as disciplinas se relacionem aumentando as possibilidades de aprendizagem.
Muitas vezes, por trabalhar com Educação Infantil, tive dificuldades de relacionar os textos e filmes com a prática que vivo, mas neste momento as discussões com os colegas, tanto presencial como online, me deixaram ver uma realidade diferente da minha, mas presente em muitas escolas.  A intensa busca do professor em encaminhar seus alunos para que tenham uma visão crítica de si e do meio, começa com certeza na Educação Infantil de uma forma diferenciada é verdade, mas é lá aonde o desenvolvimento das crianças vem pautado nas habilidades físicas, afetivas, cognitivas e nas relações intra e interpessoais.
A leitura que esta criança vai fazer do mundo, vem deste desenvolvimento, tendo na expressão corporal a sua integração social. Um ambiente físico e social que transmita segurança faz com que estas crianças fiquem seguras para enfrentar seus desafios, e estes desafios acabam proporcionando que eles se conheçam, conheçam o outro e o meio, contribuindo também para que desenvolvam habilidades como criatividade e autonomia.
           Na Educação Infantil, na faixa etária com a qual trabalho, não se pode falar em dispersão e foi através dos relatos das colegas que tentei entender a dispersão nas etapas pós Educação Infantil  e percebi que muito da chamada "dispersão" vem da forma não globalizada com que muitas vezes o currículo escolar é trabalhado.
            Penso que, ao nos apropriarmos verdadeiramente dos métodos globalizados e dos enfoques globalizadores como  balizadores do ensino e da aprendizagem, conseguiremos retomar alguns destes pontos perdidos na educação e talvez consigamos resgatar o ensino como o "desenvolvimento de todas as capacidades do ser humano para intervir na sociedade".

            De uma forma geral foram muitas as aprendizagens 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Um bom texto para refletir

  Recebi este texto de uma amiga, segundo ela como uma forma de pensar o " ser educador",  e pensei em compartilhá-lo , pois ele se encaixa em cada uma de nossas interdisciplinas, como " queijo e goiabada".

http://www.portaleduka.com.br/materia/formacao_docente/aprendizagem/a-relacao-afetiva-professor-e-aluno-e-suas-implicacoes-para-a-aprendizagem
Penso que lê-lo nos faz refletir  verdadeiramente sobre nosso papel como educador, sobre os sentimentos que envolvem esta troca entre educador e aluno. Nos dá a medida da importância que temos na vida de cada um de nossos alunos, e principalmente nos faz lembrar da máxima que diz " de tal professor nunca se esquece" , mas nos traz um alerta : pelo que não queremos ser esquecidos?, que marcas, me memórias, que lembranças deixaremos nestas crianças?
E  falo,e o texto também,  não das lembranças do ano da queda da Bastilha, ou que cor surge ao misturarmos vermelho e amarelo, nem mesmo a fórmula de Báscara  ou de quando descobrimos que o pé esta ali a nossa disposição.
Falo do carinho que deixaremos marcadas nestas crianças, falo da atenção que demos a elas quando nem mesmo sabiam que estavam precisando, pois muita vezes não reconhecemos aquilo que não temos.
Falo do olhar cuidadoso, do afago.
Falo do desejo de que todo educador tenha sempre,  mesmo com o passar do tempo, mesmo com todas as agruras e decepções do caminho, este olhar que cuida e educa. Esta mãos sempre pronta a ser estendida para acarinhar, ajudar, auxiliar, sensíveis a cada necessidade afetiva ou cognitiva desta criança.


quinta-feira, 18 de junho de 2015

A EDUCAÇÃO É VIDA VIVA.
A educação é viva, e como vida se transforma, se modifica e se aprimora.
Nossa escola está passando por um processo de reelaboração do seu PPP. Para isso estamos "desconstruindo e resignificando nossas concepções de criança, educação, desenvolvimento, aprendizagem e currículo". Estamos estudando para  questionar nossas concepções e redimensioná-las na prática."
Até o final de 2014, nosso PPP se baseava na ideia de ambientes de aprendizagem, entendendo estes como articuladores entre  o espaço físico e as relações que se estabeleciam no mesmo.  Concordamos com Zabalza, quando nos diz que  espaços amplos, diferenciados, de fácil acesso e facilmente percebidos pelas crianças em relação a sua função e das atividades a serem desenvolvidas como um dos elementos da qualidade na Educação Infantil.
A partir deste ano, 2015, estamos trabalhando com a perspectiva de espaços circunscritos. Grandes mudanças que no início causaram  grandes questionamentos.
Repasso a vocês minha reflexão, apresentada em nossa última formação na escola, onde apresentei minha visão sobre a mudança e meu projeto individual da turma, que deve estabelecer relações e transversalidade com os projetos coletivos da escola.

Texto de apresentação da minha reflexão

No começo, as mudanças no formato de trabalhar os projetos me assustaram um pouco.
Como assim, experiências em pequenos grupos?
Como assim, experiências optativas?
Como assim, experiências coletivas e/ou individuais?
Como assim, nem todos fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo? Como assim?
Iniciei o ano com muitas dúvidas e temores.
Mas não é que deu certo!?

Acompanhar os pequenos grupos em suas atividades planejadas dá uma maior intimidade ao processo. Fica bem mais fácil interagir, observar, mediar, registrar as descobertas das crianças.
E também, tem sido bastante interessante acompanhar e observar  aqueles que não estão fazendo as atividades planejadas, que estão explorando e brincando nos espaços da sala, normalmente também em pequenos grupos.
Para mim que adoro registrar quando consigo, cada fala, cada descoberta das crianças tem sido uma boa experiência. Não digo que estou de todo tranquila, pois não seria eu, mas até que está sendo bem legal.
Os espaços criados na sala têm proporcionado algumas experiências bem interessantes. As crianças os têm usado a cada dia de uma forma diferente. Criam histórias, diálogos entre eles, com  situações do cotidiano, que na medida do possível têm sido registradas. Tem dias que queria ter uma série de filmadoras para não perder nada.

Como surgiu este projeto?

Com uma turma nova, quase todos frequentando a escola pela primeira vez,
notamos que tudo na rotina escolar os fascinava e os encantava. Tudo era novidade.
Em nossas primeiras observações notamos o interesse grande das crianças
pelas construções com blocos de montar e encaixe,  por desenho e papel, mas isso toda criança gosta, até eu.
Pensamos então: desenhar, construir, brincar, fazer de conta tudo isso faz parte do processo das crianças na escola, como então “linkar” estes fazeres, com algo que despertasse sua curiosidade, que lhes trouxessem novas experiências e  oportunidade de explorar seu meio?
Os primeiros passos na direção dos caminhos deste projeto, vieram com a observação da alegria e encantamento de uma das crianças quando fez sua primeira atividade com giz de cera e papel. O menino, que nos primeiros dias tinha se mantido recluso e calado durante todo tempo da atividade, falou encantado, sobre o seu desenho, admirando e descrevendo cada traço.
Iniciamos então uma conversa com as crianças sobre suas vivências e conhecimentos sobre  construções e papéis.

Uma roda de conversa, uma folha de papel e questionamentos:
O que é isso? – Papel
Para que serve o papel?  - Para desenhar
                                         - É pra mostrar pro papai!
E para o que mais serve o papel? – Pra limpar a bunda.
                                               - E o nariz também, é pôfi?
Assim nasceu este projeto que será desenvolvido de forma lúdica, proporcionando às crianças experiências que lhes permitam descobrir o papel, suas funções, usos, tipos e tudo mais que despertar a curiosidade do grupo.

O projeto

Turma M2B - 2015

PROJETO: PAPYRUS E O MUNDO ENCANTADO DO PAPEL

TEMA CENTRAL: O PAPEL

PROBLEMATIZAÇÃO:
Como levar as crianças do M2B às descobertas sobre o papel utilizando arte, brincadeira, jogos de
faz de conta, de uma forma lúdica e prazerosa?

OBJETIVO GERAL:
Oportunizar às crianças conhecer recursos, materiais, atividades e experiências que proporcionem descobrir e construir respostas para questionamentos como:

Onde e quando surgiu?
Como é feito o papel?
Para que serve o papel?
Quais tipos de papéis existem?
O que podemos construir com o papel?
Que sons fazem os papéis?
Podemos brincar com o papel? De que forma?
Quais as relações entre papel e a sustentabilidade?
O papel e o meio ambiente.
Relato de duas experiências realizadas:

Relato de duas experiências.

A sensibilização do projeto

            Levamos para sala todos os tipos de papéis, que foi possível, com diferentes cores, texturas, utilidades e  formatos.
            Tínhamos folhas, guardanapos, papel higiênico, revistas, livros, embalagens, sacolas, caixas, tubos, etc. Estavam espalhados por toda a sala: sobre as mesas, cadeiras, pendurados em varais, na cabana, colados nos  balcões.
            Era uma " papelada" só.
            Foram deixados ali, sem aviso. As crianças voltaram de uma atividade fora da sala.
            No começo certa estranheza, mas quando começou a exploração, o manuseio, as descobertas de tudo que estava ali à disposição... creiam foram quase uma hora e meia de pura diversão.
   


As primeiras descobertas.
Tubos viram peças de encaixe.
Papel higiênico....serve para "limpar nariz, né profe?!"

"Tô usando bilóculos, profê"



A boneca CHIQUINHA

            A segunda experiência que relato, foi a criação e confecção da Chiquinha, aquela lindeza de caipira no hall da escola. ( Boneca confeccionada pelas crianças, que esta exposta no hall da escola)
            De novo o temor, como montar uma atividade cujo produto vai ser coletivo, de forma  “fracionada”. Como será que eles, as crianças, vão reagir não fazendo todos a mesma coisa ao mesmo tempo? Será que conseguirei passar isso para eles?

Eles me ensinaram como:
- Pôfi, eu não quero fazer isso!
- Profi eu posso fazer o corpo?
- Profê eu quero fazer o braço.
- Porfê eu posso brincar?  - Mas estamos brincando de pintar! (Professora tentando argumentar - risos)
- Não, disso eu não quero brincar!

E agora?   Quem ensina e quem aprende?

Um trio iniciou a confecção dos braços e pernas.
Neste momento a divisão do conhecimento.
Aluna 1:  Eu não consigo!
Aluna 2: Deixa eu te ajudo!
E juntas  confeccionaram os braços e pernas da Chiquinha.

 


Alguns momentos da produção da Chiquinha.

   

Esta foto dá um panorama do trabalho em sala: uns pintando, outros fazendo o cabelo da boneca, outros na cozinha da cabana e fora da foto um grupo montava um quebra cabeças.

 A Chiquinha.


Pois é colegas estas são as primeiras reflexões sobre mudanças necessárias à vida que pulsa.
Estudos, leituras, discussões, práticas e muito trabalho.
A cada dia uma busca por transformar vidas e ser transformada por elas.