sábado, 16 de julho de 2016

Chega ao fim mais um semestre!


Um semestre de muitas experiências, muitas novidades, muitos desafios no trabalho, na faculdade e na vida.
Neste ano comecei uma experiência nova na escola, troquei de nível, depois de dois anos com maternais, iniciei com uma turma de Jardim B, a mesma turma com quem trabalhei no meu primeiro ano na escola. Uma escolha emocional me despedir de quem me deu as boas vindas.
Tem sido até agora uma experiência bem motivadora e que tem causados muitos movimentos. Um completo turbilhão de ações e emoções, por vezes difícil, mas sempre gratificante. Todo dia é um faz e refaz, um pensa e repensa do meu fazer pedagógico para poder contemplar necessidades da turma.
Em meio a este movimento todo, o semestre do PEAD trouxe novas e interessantes interdisciplinas com motivações e  questionamentos, que se encaixaram dentro do meu semestre em sala.
As noções vistas na interdisciplina de Música da escola  vieram corroborar com o que já havia aprendido na prática: importância da música no desenvolvimento das crianças. O tanto de prazer e ludicidade com que elas trabalham  música no seu aprendizado também demonstrou que podemos sim nos arriscarmos mais no ensino da música com os pequenos; não só ficar repetindo músicas conhecidas, mas também incentivar que as crianças, mesmo as bem pequenas, criem suas próprias  músicas e explorem a sua musicalidade.
Uma das aulas mais importantes em Música foi sobre os cuidados que devemos ter com nossa voz enquanto principal instrumento de trabalho.
Em Ludicidade e educação, o grande número de recursos sobre jogos e  brincadeiras virou fonte de pesquisa diária, para propiciar momentos cada vez mais divertidos às crianças.
O embasamento teórico de que incentivar e reconhecer as brincadeiras em sala como um fator importante para o desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento das crianças nos dá a segurança e os argumentos necessários para a "defesa" desta prática.
Na interdisciplina de Literatura, só prazer. O prazer da leitura, o prazer de descobrir mundos e fantasias. Na educação infantil, o espaço pedagógico da literatura é imenso e capaz de fazer frutificar o melhor que se tem na criança e no seu desenvolvimento.
Estudar um pouco mais sobre os vários gêneros tem contribuído muito para meus planejamentos me levando a cada vez mais diversificar e abordar diferentes aspectos da literatura infantil.
Nas aulas de Libras, a seriedade da luta dos surdos por seus direitos políticos, a legislação, as questões socioculturais e educacionais, além de noções básicas da língua.

Os estudos sobre o planejamento de aprendizagem, realizados na interdisciplina de Seminário III, vieram consolidar a prática de projetos que vivencio em minha escola.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

A importância do desenho na escrita

O desenho na educação infantil é de extrema importância na construção da escrita, segundo Vygotsky  o processo da escrita inicia muitos antes da professora colocar um lápis em suas mãos e mostrar as formas das letras. Para Vygostky há toda uma relação entre desenho, gesto e brinquedo e que todos contribuem para a linguagem escrita.
Proporcionar às crianças desenhar é propiciar graficamente suas experiências e seus aprendizados.
É muito importante permitir e incentivar as crianças desenhar para que possam desenvolver sua escrita.
Em seu artigo,: Ver, criar e  compreender, Analice Dutra Pillar, descreve uma linha de evolução comum aos sistemas de desenho e de escrita, e nele tece os panoramas entre o desenho e a escrita.

 


O  jogo e a matemática na educação infantil.


Os jogos matemáticos na educação infantil configuram-se como uma ferramenta essencial na função pedagógica:  desenvolvem e potencializam a compreensão das regras.
Regras são importantes na vida social, e despertam o companheirismo e a interação.  Utilizar jogos como instrumentos educativos oferece as crianças uma aprendizagem significativa.
O lúdico do ensino da matemática desperta nas crianças uma aprendizagem divertida que acabam por desenvolver e estimular a solução dos problemas e explorar novas possibilidades além de desenvolver as noções matemáticas e o raciocínio lógico matemático.Como nos diz Kishimoto( 2011, p.107)
 As crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem; sendo assim, esforçam-se para superar obstáculos, tato cognitivos quanto emocionais. Estando mais motivados durante o jogo, ficam também mais ativas mentalmente.
Usando os jogos como simplificador trabalhamos as dificuldades das crianças desenvolvendo sua capacidade de observar,  descobrir e pensar.Assim buscamos formar sujeitos críticos, com criatividade e capazes de resolver problemas e buscar soluções.
Os jogos nos permitem ampliar o conhecimento e estimular o desenvolvimento das crianças ampliando e entrando no mundo da imaginação e da fantasia, reelaborando assim os conceitos da vida real.





A literatura


Sala dos livros, turma explorando  cada um deles  e seus mundos mágicos.
De repente um grito: "Profe corre aqui"!
Aí tu atravessas a sala correndo até o canto onde dois alunos estão com um livro na mão e pergunta preocupada:  "O que houve"?
Um deles te olha com ar entre espantado e o inacreditável e diz: "Profe, o Lucas sabe ler"!
A preocupação dá lugar à curiosidade, tu olhas  e diz: "Como assim"?!
 - "Ele leu o livro todo"!
O tal Lucas com o ar de poder, pois sente que impressionou o colega te olha e diz:  "Quer que eu leia pra ti profê"?
-"Claro que quero, pode começar a ler".
O grande livro sobre dinossauros é aberto com solenidade e respeito e inicia-se a "leitura".
Quando o livro chega ao fim, tu parabenizas a "leitura" e o "leitor", vai para um canto e se encanta com a figura.
Não é que o danado sabe ler! A cada figura surgida nas páginas do livro ele foi interpretando e junto com seu conhecimento, sua imaginação  e suas aprendizagens foi contando a história.
"E os dinossauros nascem dos ovos, quando são filhotes e depois crescem são os animais maiores do mundo".
"Os osso dos dinossauros são como os da gente. São brancos e grandes. Mas,  são mais maiores que os das pessoas".
Isso é leitura! Isso é compreensão!
O trabalho com a linguagem oral, auxilia as crianças na preparação dos textos, pois mesmo que não escrevam, elas nas produções orais organizam as ideias, tem coerência na narrativas de suas histórias.

Mostra a importância  do letramento, da convivência das crianças com os livros e com todo tipo de texto.

Sanções por reciprocidade

Ouve-se pelos corredores e nas sala dos professores sempre a mesma queixa: " Esta turma está impossível", " Fulano não dá mais.", "Antigamente não era deste jeito, havia mais respeito.", "Hoje deixei três sem recreio.", Hoje Beltrano ficou sem brincar."
A queixa a respeito do comportamento das crianças em sala é frequente, assim como muitas vezes percebemos que os "castigos" também o são.
O que penso é que muitas vezes estamos esquecendo do nosso papel de formadores e nos deixando  levar pela rotinização e a normatização do papel de controladores ou punidores.
Para isso é necessário ter sempre em mente, e principalmente em prática,  as sanções por reciprocidade relacionadas por Piaget, que são:
1 – Consequência naturais (a privação resulta diretamente da ação, (quebrou ou perdeu)
2 – Compensações (consertar ou substituir)
3 – Privar o transgressor do objeto mal-usado ( um brinquedo, computador, etc)
4 – Exclusão do grupo até que consiga seguir as regras do mesmo. ( do jogo ou da atividade)
5 – Fazer à criança o mesmo que ela fez. (só no caso de recusar ajuda-la)
6 – Censura ( para que perceba a transgressão do vínculo de solidariedade decepcionando)
O que não podemos descuidar é de como aplicamos cada uma delas, pois qualquer uma destas sanções podem ser implementadas de uma forma punitiva.
Penso que a cada dia devemos rever cada uma das nossas atitudes em relação a isso.
O tempo de queixas no intervalo do cafezinho poderia ser trocado pelas discussões produtivas do como nos manter alertas e vigilantes sobre nosso próprio fazer pedagógico.


A lei a a relidade

A letra fria da lei diz: "No nível de jardim B para cada 25 crianças, um adulto".
O que a lei não prevê é que dentre estes 25 pode haver uma crianças ou mais com necessidades de um acompanhante mais específico. E que mesmo que se encaminhe para diagnóstico e tratamento, muitas famílias se recusam a isso ou quando dão atenção e buscam assistência médica, ela leva de 1,5 a 2 anos para ser conseguida.
Neste caso  a menos que você esteja em uma escola que realmente acredite  que estamos ali para cuidar e educar e de um jeito ou outro dê suporte e amparo; este educador vai seguir tentando cuidar e tentando educar  estas 25 crianças.

E muitas vezes se perguntando se não está conseguindo fazer seu trabalho, pois literalmente ter que estar com "um olho no peixe e outro no gato", acaba , muitas vezes, por nos fazer perder ambos de vista.
LIBRAS uma língua, uma luta!


Das aulas de LIBRAS ficaram  grandes questões: Por que é preciso que uma parcela da nossa sociedade tenha que lutar tanto, sofrer tanto para se fazer respeitada?
Por que o preconceito ainda acompanha estas pessoas, e a língua de sinais (LIBRAS) ainda não alcançou o status de língua;  ainda é vista como "mímica", "português falado com as mãos"?
Por que uma lei tão bem escrita, tão bem elaborada e tão importante ainda está "fingidamente" sendo cumprida?
Por que nós, ouvintes, ainda olhamos admirados para um surdo sinalizando com outro, e não paramos de "boca aberta" ao ouvir duas pessoas falando entre si?
Das coisas boas e lindas que esta interdisciplina deixou foram: A descoberta da literatura surda, pois até agora só conhecia a literatura em Braile; a luta dos surdos pelo respeito que lhes é devido, como direito de cidadão.
Enquanto vagava pela internet em busca de respostas às questões da interdisciplina, li e vi muitas coisas a respeito da luta dos surdos pelo respeito que lhes deveria ser inerente.
Entre muitas coisas achei estas falas que copiei e agora divido:
* Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fugaz... "Apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver". Luiz Albérico B. Falcão.

**QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS, EU ACEITO O SURDO E O SEU DIREITO DE SER SURDO.

Cidadãos autonomos

Quando falamos em formar, preparar nosso aluno para ser um cidadão, a primeira coisa que devemos proporcionar a ele é autonomia.
Mas, ser uma pessoa autônoma não é sinônimo daquela que faz o que quer; o que deseja sem respeitar as pessoas que convivem com ela. Mas sim, é viver em harmonia dentro de regras e combinações feitas no seu grupo.
"Do ponto de vista moral, a cooperação leva não mais à simples obediência às regras impostas, sejam elas quais forem, mas a uma ética da solidariedade e da reciprocidade. Essa moral caracteriza-se, quanto à forma, pelo desabrochar do sentimento de um bem interior independente dos deveres externos, ou seja, por uma progressiva autonomia da consciência, prevalecendo sobre a heteronomia dos deveres primitivos". (PIAGET: p.118). 
Dentro de uma sala de aula, esta harmonia é alcançada quando se desenvolve o respeito entre adulto x criança e criança x criança,  e a melhor forma de se construir estas regras e combinações é em conjunto, onde a partir de conversas e ações este grupo aprenda a respeitar uns aos outros.
Quando se trabalha com crianças pequenas às vezes é uma tarefa árdua, pois o egocentrismo e a falta de empatia, característicos da idade, tornam difícil a construção ou a manutenção desta moral.
É neste momento que, muitas vezes, os adultos se perdem, deixando de lado o afeto, o acolhimento e o respeito entre o adulto e a criança,  esquecendo ou naturalizando  as sanções expiatórias, ou transformando as sanções por reciprocidade em punição.
O perigo deste momento é a negligência se fazer presente. Para que isso não aconteça é preciso que o educador reveja suas ações, suas convicções  e reforce nas crianças o estímulo à construção e revisão das regras ligadas à cooperação e igualdade, levando-as a compreender suas faltas e percebendo que devem corrigir sua conduta. Neste momento devemos auxiliá-los nesta (re)construção de sua moral.

Referência bibliográfica:
PIAGET, Jean. O julgamento moral na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.