terça-feira, 23 de abril de 2019

Balanço e reflexão é sempre hora!





Relendo esta postagem e revendo o vídeo, novamente me remeto ao estágio recém-terminado e penso como é bom poder olhar o que fez e o que se faz e de cabeça erguida afirmar: que bom que faço o que faço. E agora depois destes 4 anos estudando, buscando mais do que o ofertado nas interdisciplinas, pesquisando por caminhos indicados em um ou outro texto posso dizer que faço não de forma diferente, mas com certeza mais consciente de que meu fazer pedagógico é um fazer que modifica, que respeita, que dá sentido ao que faço, mas principalmente dá e traz sentido para meus pequenos. Claro que no caminho errei, todos erramos, claro que muitas vezes esta ou aquela expectativa foi frustrada, que em algum momento o planejado saiu às avessas, mas de uma coisa posso me orgulhar: eu busquei o meu melhor. Eu tive em mente sempre o respeito pelos meus pequenos, por suas necessidades, seus interesses, seus saberes.
Todas as vezes que tracei objetivos e propósitos nos meus planejamentos busquei ter clara com que intencionalidade o fazia. Toda a vez que propus esta ou aquela experiência, que escutei o que queriam fazer, a cada momento que fiz uma intervenção, que organizei os materiais e os espaços o fiz buscando este respeito. E assim estou chegando ao fim de uma faculdade que não havia sido planejada, mas que se fez necessária pelo respeito que devo a cada uma das crianças com quem aprendi e para quem ensinei.


direitos lutemos por eles





Cadê o direito que está na lei?
Lá vamos nós mais um ano enfrentando o descaso, para não dizer o ato criminoso de ter em sala crianças que tem o direito de receber um atendimento especializado e não o têm.
A grande questão para a gestão de a escola decidir a cada inicio de ano é: baixar o número de crianças de 20 para 18, por que temos uma criança de inclusão e deixar maior ainda a lista de espera por uma vaga ou manter as 20 e aguardar que a mantenedora mande o número suficiente de estagiários de inclusão? A difícil escolha  de Sofia.
Em uma escola onde a gestão conhece e  reconhece a comunidade é realmente uma escolha difícil, mas que a cada ano se faz necessária. Então sigamos, mantemos as crianças e vamos buscar até mesmo através do Ministério Público que a lei se cumpra.
E em sala a professora se vira em 10, para poder atender a todos da melhor forma possível. Chama por socorro quando muito necessário, vira noite pensando o que melhor fazer para atender a todos e buscar a melhor forma de atender a criança com necessidades mais que especiais. Neste momento se apoiar uns nos outros dentro de uma realidade, onde quem deveria cumprir as leis não o faz é o que acaba fazendo a diferença. Meu questionamento é: até quando?


fundamentando o fazer pedagógico





Revejo   o texto: Uma escola democrática, em um  momento em que na escola nos preparamos para a atualização do PPP. Teremos na próxima formação, um dia inteiro para  a discussão e a adequação do nosso PPP.
Está sendo uma semana de muitos estudos a respeito das contribuições a serem feitas, estou revendo textos e indicações teóricas feitas durante o curso que com certeza serão bem importantes para estas contribuições. Como a escola sempre trabalhou com projetos, um dos pontos que estaremos revendo é o trabalhar  com projetos de aprendizagem e penso que o material visto na interdisciplina de Seminário a respeito  será de grande valia.
Outra adequação será o acréscimo das diretrizes constantes na BNCC, mesmo que a escola já trabalhe com campos de experiências, estes não estão em conformidade com a nomenclatura e as divisões do documento.


a continuidade... repensada





A preparação para o estágio parecia-me que não iria apresentar muitas novidades, pois estaria dando continuidade ao trabalho que vinha fazendo até o momento dentro de sala da aula.
Mas, o desenvolvimento do relatório de estágio me mostrou que meu trabalho enquanto estagiária foi uma continuidade do meu fazer pedagógico, mas tenho que registrar que sim houve uma grande mudança, e ela foi ao que se refere a busca pelas referências teóricas que busquei para embasar a minha prática. Sempre busquei que minha prática fosse “recheada” de intenção pedagógica, seja quando direcionava as experiências ou quando deixava que as propostas das crianças direcionassem nossos momentos, o que a faculdade me trouxe foi a fundamentação para estas ações. Foi o buscar o porquê e a importância dos jogos, por exemplo, no desenvolvimento das crianças e com isso  intensificar o uso destes recursos. Todos sabemos que a leitura é importante, mesmo para quem não sabe ler, o que  a leitura das teorias me trouxe foi a certeza e o porquê desta importância.
E foi através destas teorias que pude parar e refletir sobre as minhas ações em sala. Agora mais do que na postagem anterior as palavras de Freire fazem todo o sentido:  "A prática de pensar a prática é a melhor maneira de aprender a pensar certo.  O pensamento que ilumina a prática é por ela iluminado tal como a prática que ilumina o pensamento é por ele iluminada".



quarta-feira, 10 de abril de 2019

Eles passarão... nós passarinhos


    




     Em junho de 2017, quando escrevia sobre a gestão democrática nas escolas e traçava um paralelo com a política municipal da época, ficava temerosa com o futuro da nossa educação sendo regida e dirigida por pessoas que se mostravam ditatoriais; que viravam as costas para as conquistas e todo o trabalho realizado até então, a respeito da gestão democrática na nossa rede municipal de Porto Alegre.
     Se tal reflexão fosse pedida nos dias de hoje, penso que a primeira coisa que me ocorreria era sair correndo, isso se não acreditasse como dizia nosso amado Quintana: “Que eles passarão e eu passarinho”. Os últimos desmandos e desmontes feitos pela administração pública municipal não só ferem a democracia estabelecida nas escolas da rede como destrói, ou tenta destruir nossa crença, enquanto educadores; de que é sim, a partir e através da educação consciente e crítica, que se construirá um bairro, uma cidade, um país e um mundo melhor. Um mundo não colorido e sem problemas, mas um mundo onde cidadãos saberão cumprir seus deveres, mas principalmente saberão lutar e discutir sobre seus direitos.
     Que nos mantenhamos firmes no propósito de sermos eternos “passarinhos”, buscando uma escola onde todos sejam ouvidos e que estas escutas não sejam somente respeitosas, mas construtoras.