terça-feira, 22 de novembro de 2016

O aprender brincando






        A  curiosidade e a constante criação de hipóteses são a base que precisamos para, na Educação Infantil, aprender brincando. Ops, nem sei por que grafei desta forma; por que na verdade acredito que estes são fatores necessários para toda uma vida quando se trata de aprender.
       Noções de Matemática, Ciências e Estudos Sociais são matérias primas e regras para jogos e brincadeiras, dirigidas ou não, dos quais nossas crianças fazem uso desde a mais tenra idade.
       A ludicidade caminha de mãos dadas com todos estes campos de experiências.
       Para jogar amarelinha é preciso que se controle a força, bem antes de reconhecer ou nomear os algarismos do jogo, ou seja, a Física e a Matemática lado a lado.
       Quando em uma brincadeira de faz de conta crianças reunidas ao redor de uma mesa de brinquedo celebram e distribuem pratos e talheres coloridos, aí está a matemática e o termo a termo; e ao mesmo tempo a repetição de cenas do cotidiano, do seu dia-a-dia, das suas vivências e história.
       Nas experiências de culinária, a mistura dos ingredientes e os olhinhos curiosos observando o bolo crescer no forno. Lá estão as vivências: "Minha mãe faz bolo pra mim!"; "Profê ta crescendo!", lá está a Química.
        Os questionamentos e as hipóteses construídas sobre isso ou aquilo: De onde vêm os bebês? Por que a chuva cai? Profê, quanto é uma dúzia? Com que letra escrevo "eu te amo"?
        Dentro do osso tem minhoquinhas!, Nosso corpo não gosta de milho!, Se você jogar no chão quebra!, Hoje tem mais meninos que meninas! Os piolhos nascem nos cabelos!
         Todos estes apontamentos nos levam a certeza de que auxiliar as crianças na construção de seus conhecimentos envolve sim o ensino das Ciências, da Matemática, das Relações Sociais, da Geografia, mas principalmente envolve muita dedicação, amor e um "bocado" de aprendizagem para nós professores. E fazer isso de forma prazerosa tanto para nós como para os nossos pequenos.

Meu projeto favorito.. ensinar



"Uma vez que seus alunos tenham mergulhado nestes mistérios, eles não irão querer parar de resolvê-los e você saberá que eles foram contagiados por você quando você também não quiser parar."( Bob e Ellen Kaplan - The Math Circle).


            Li esta frase em um material sobre o Circulo da Matemática, e percebi que ela se encaixa no estado em que me encontro neste ano, tanto na posição de professora como no papel de aluna,  sinto que estou contagiada e contagiando.
            Como todo ano, em abril, iniciei um projeto com minha turma. Este ano o projeto foi indicado por mim após observação da turma em todas as suas manifestações com relação ao corpo e suas múltiplas possibilidades, e que seu "eu" corporal e social ainda estava muito centrado nos próprios desejos gerando inquietudes e desentendimentos. Sentimos a necessidade que  a turma aprendesse a se expressar por meio da fala de seus sentimentos, ampliando as questões de socialização e interação.
            Desejávamos que, a partir da consciência do próprio corpo, do conhecimento da sua importância, e dos cuidados que devemos ter  com ele; se criassem possibilidades em que as crianças construíssem  uma imagem positiva  de si mesmas, de suas capacidades  e limitações, e a aprendizagem  do conviver com o outro respeitando as diferenças físicas e emocionais, e de suas relações com o meio ambiente.
            O período de planejamento para este projeto era de no máximo três ou quatro meses, e esta era a ideia da professora; por que, no meio do caminho, as crianças o tomaram para si. O envolvimento das crianças foi tanto que nosso projeto terminou em outubro, sem que em nenhum momento a curiosidade deixasse de estar presente em questionamentos, indagações, pesquisas, experiências e elaboração de hipóteses sobre o assunto. Ao término de nosso projeto fomos visitar o Museu da PUC, e a exposição sobre o corpo humano fascinou ainda mais meus pequenos; mais questionamentos, novas descobertas e a realização de ver bem de perto, em tamanho gigante, tudo aquilo que aprenderam durante o ano.
            Foi apaixonante vê-los tomar conta do seu aprendizado e, neste caminhar, crescer nas suas aprendizagens e principalmente nas suas interações e nos cuidados consigo e com o outro.


domingo, 20 de novembro de 2016

O prazer na matemática





As aulas de Matemática presenciais estão sendo "deliciosas" e divertidas, nos mostrando que a matemática pode e deve ser levada para nossas salas de aula com o mesmo prazer e alegria que vivenciamos no PEAD.
            Cada aula ou estudo de texto, está servindo como base e apoio para ampliar e questionar meus planejamentos e tornar a descoberta da matemática, pelas crianças, umabrincadeira prazerosa. Em todos os meus planejamentos sempre houve a presença da matemática, o que mudou neste último semestre foi que tenho buscado ampliar as experiências ligadas à matemática. Estamos construindo mais jogos e vivenciando as descobertas da matemática, a partir da curiosidade das crianças. Experiências de culinária que nos auxiliam nas representações de quantidades, jogos que despertam o pensamento lógico matemático, a distribuição de talheres na hora do almoço, todas estas experiências prendem a atenção das crianças e aí mora todo o desafio de tornar a aprendizagem da matemática algo prazeroso.


O ensino da Geografia na Educação Infantil

O ensino da Geografia na Educação Infantil

            Quando se fala em ensino da Geografia na Educação Infantil, há necessidade de se pensar na orientação espacial das crianças desta faixa etária. A criança, naturalmente curiosa, faz muitos questionamentos sobre os conceitos de perto/longe, para um lado/para o outro, para cima/para baixo; mesmo antes destas noções serem trabalhadas na escola.
            Inicialmente, a noção de espaço e continuidade do espaço é quase intransponível para as crianças; mas, gradualmente, através das rotinas diárias, inclusive da própria ida à escola, elas começam a delinear suas hipóteses.
             Por isso é de grande importância para a construção da consciência espacial que a criança desenvolva a consciência do próprio corpo em relação aos  movimentos e deslocamentos que este realiza no meio ambiente.
            Os jogos e brincadeiras, vivenciados na Educação Infantil, que trabalhem as  relações espaciais básicas  como: em cima/embaixo, longe/perto, dentro/fora  e a lateralidade ajudarão nesta construção.  
            No início, o espaço é compreendido a partir da vivência da criança no seu dia-a-dia. Em seguida, com o aumento da percepção do ambiente, a compreensão se estende através da memória; a criança já não precisa "viver" o espaço para poder compreendê-lo, analisá-lo e medi-lo.
            No futuro, essas habilidades se mostrarão imprescindíveis para que o aluno das séries iniciais compreenda e saiba ler mapas e cartas geográficas, escalas e projeções.

 Referências:
ALMEIDA, Rosângela D.; PASSINI, Elza Y: Apresentação do livro O espaço Geográfico ensino e representação. Disponível em : http://slideplayer.com.br/slide/400006/. Acesso em 10/11/2016.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; COSTELLA, Roselane Zardon: Geografia e a Cartografia Escolar no Ensino Básico: Uma relação complexa- percursos e possibilidades. In: SEBASTIÁ, Rafael; TONDA, Emilia. La investigación e innovación en la enseñanza de la Geografía. Alicante: UNE, 2016.

O ensino de História da Educação Infantil

O ensino de História da Educação Infantil  

            Na Educação Infantil  podemos e devemos incentivar o ensino e a aprendizagem da História, e sim, se pode fazer isso de forma lúdica e prazerosa a partir do momento em que  despertamos nas crianças  a curiosidade sobre o significado de aprender História.
            Segundo Cooper, para que haja uma compreensão do conceito de tempo é preciso que isto seja significativo para as crianças, para tanto é preciso trabalhar as questões de identidade  a partir delas: seus interesses, sua história, as mudanças em suas vidas, no seu meio.
            E como a história é viva e dinâmica, o passado deve ser ensinado de diversas formas; no texto a autora nos  apresenta uma série de atividades que visam trazer para perto das crianças a compreensão do que é História.  Atividades estas que permitem às crianças compreender a mudança do tempo, a simultaneidade  dos acontecimentos,  que formulem hipóteses, tenham argumentos, tracem comparações entre o hoje e o passado, que ampliem seu vocabulário.
            Um fator importante de se levar em conta neste momento é a imaginação e a curiosidade das crianças pequenas; podemos, a partir de brincadeiras, jogos, exploração de imagens, construção de calendários, canções, pesquisas, brinquedos, contação de histórias, construir conceitos históricos e aprender sobre o passado, pois conforme a autora: "Descobrir sobre o passado, então, torna-se uma contribuição importante ao desenvolvimento pessoal, social e emocional. Auxilia as crianças a respeitar culturas, ter consciência da sua própria e a considerar as consequências das ações" (p.184).
            E a partir destas colocações, reafirmamos a importância de revermos o velho preconceito de que história é aquela matéria "chata" que aprendemos na escola, onde decorar datas e nomes de personagens era tudo que aprendíamos. (Aprendíamos?). Neste momento, é importante rever nossa prática, pois tornar compreensivo, mas principalmente significativo o ensino da História desde a Educação Infantil é a certeza de que estamos preparando nossas crianças para o exercício da cidadania.
Referências:
COOPER, Hilary. Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de três a oito anos. (tradução)





sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Ciências e criança? É possível?

"O  ensino  de  ciências  na  educação  infantil  acontece  preferencialmente integrado  às  demais  áreas  de  conhecimento,  proporcionando,  através  dos  conhecimentos  acumulados,  teorias,  metodologias  e  instrumentos  da  área,  uma riqueza de possibilidades de exploração do mundo realizada pelas crianças. " (Rosa , Russel Teresinha Dutra da. Ensino de Ciências e Educação Infantil )
Provocar a curiosidade das crianças tem sido uma prática que procuro ser constante em minhas turmas.
Proporcionar a eles experiências a partir da qual façam novas descobertas é gratificante para quem tem em mente que o papel do educador é auxiliar na construção da autonomia das crianças e proporcionar que elas desenvolvam um pensamento crítico.
As aulas da interdisciplina de Ciências vieram  a corroborar e dar “munição” para este propósito, pois nos fizeram ver que o fazer Ciências é bem mais do que a imagem de experimentos científicos, tabelas e fórmulas  a serem decoradas.
Apresentou-nos uma ciência que deve ser vivida, estimulada em cada pequeno detalhe e em cada busca por respostas, e principalmente que pode e deve ser interligada a todo restante do currículo.
Amei fazer com meus pequenos o experimento científico, não pela mostra do resultado concreto, mas muito mais pelos olhos curiosos, pelas hipóteses criadas por eles para explicar o fato, mas principalmente por ter acompanhado o despertar das dúvidas, a discussão do: “Eu acho que..."!



sábado, 5 de novembro de 2016

Ah! A Matemática.

Ah! A Matemática

      Cada vez que peço ao meu marido que me ajude a recortar algum material para levar para  a escola, e os recortar, saem "assim, assim". Escuto a mesma resposta: "Amor, você sabe que não fiz Educação Infantil." Pensava até então que era uma desculpa para não me ajudar. Mas, depois de várias leituras dos textos indicados em aula percebi o quanto ele pode estar sendo sincero, pois a Educação Infantil é o início prazeroso e não traumático (ao menos deveria ser) da construção de várias noções do mundo que vem pela frente.
     Em matemática, por exemplo, que por muitos é considerada o "bicho papão", o "horror dos horrores"; após ler os textos: Alfabetização matemática nas séries Inicias - O que é: Como fazer? , ao lermos:
Para que o aluno aprenda matemática, ele precisa se sentir seguro diante de sua representação, precisa descobrir o caminho de uma relação menos angustiante, substituindo o caráter que o oprime na aprendizagem pela alegria da descoberta, para que juntos, aluno e professor, possam aprender, criar e recriar seus conhecimentos. (Lourenço, Baiochi e Teixeira, p.33).
     Ao passo que, em: A matemática em sala de aula, quando Smole e Muniz nos dizem: "Todas as crianças são capazes de aprender e os professores estão diante do desafio de promover este processo" (2012, p.47),  podemos perceber a importância de trabalhar desde a Educação Infantil à alfabetização matemática, os conceitos que nos acompanharão pela vida a fora. Tudo bem, pois na EI, aprender denominações como: somar, subtrair, multiplicar, dividir, grandezas, tempo, medidas não são o principal objetivo, mas sim vivenciar cada uma destas noções e conceitos. E fazer isso brincando, de forma lúdica e prazerosa deixará marcas bem profundas.
     Quando uma criança de seis anos vira para ti e diz: "Profê,  hoje só veio meia dúzia de crianças, né"?  Querendo com isso, a partir da sua vivência, dizer que tem poucas crianças em sala, você, a meu ver, terá duas opções: Concordar com ela, pois entende o que ela quis dizer, ou questionar: "Meia dúzia? O que é meia dúzia?" E a partir desta colocação da criança proporcionar o desenvolvimento de muitas aprendizagens.

     Cito este exemplo por que aconteceu comigo, e a partir disso passamos uma boa parte da manhã aprendendo sobre o que é uma dúzia, o que é meia dúzia e o que significa no popular dizer "meia dúzia". Legos, blocos e carrinhos nos ajudaram a descobrir quanto é uma dúzia, e separando-os um pra um lado, outro para outro lado, descobrimos que meia dúzia "é o meio".