quarta-feira, 12 de julho de 2017

Reflexão?

Quando fiz meu estágio obrigatório do Magistério, em determinado momento, minha professora titular me ofereceu "folhinhas" que ela tinha sobre geografia; para não ofendê-la, aceitei as tão preciosas matrizes, e analisando-as percebi que datavam de 12 anos atrás.
Pensei comigo: "Como posso usar as mesmas folhinhas?" Ok, nada mudou a respeito da erosão ( matéria em questão), mas mudaram as crianças. Os alunos do quarto ano de 12 anos atrás não tinham internet, tablet, smartphones, com certeza não eram as mesmas crianças de hoje.
A teoria ainda pode ser a mesma, mas a forma de apresentá-la não deve ou não  deveria ser a mesma, é preciso que se respeite os conhecimentos das crianças da atualidade, é preciso que se "repasse" estes conhecimentos de uma forma em que as crianças de hoje sintam necessidade e curiosidade sobre o mesmo assunto que seus pais estudaram naquelas folhinhas".
Resumo da ópera! Descartei  as"folhinhas" tão apreciadas pela professora titular e fiz aquilo que eu achei que seria do interesse das crianças, das minhas crianças atuais.
Montamos  duas maquetes: uma com um solo protegido por vegetação  outro sem. Levei para a escola uma mangueira e usei o barranco, desprotegido de vegetação por onde todos os dias eles  ( as crianças) desciam enlouquecendo os professores da escola.
Fomos a campo, experimentamos o que acontecia com cada maquete e com o barranco. Resultado? Passados cinco anos, encontro quase todos os dias dois alunos desta turma que sempre me dizem: Oi profe! E reiteram a cada dia que podem ter esquecido tudo  menos como a erosão do solo acontece.
Se fico feliz? Sim, muito! E agradeço a cada dia não ter acolhido as "folhinhas" da professora titular e ter acreditado no meu instinto (?) e ter feito a diferença e sendo diferente.
Mas me preocupo quando hoje, na condição de aluna, muitas vezes vejo repetidos os mesmos questionamentos que já foram feitos a quem me antecedeu!

Reflexão? Até que ponto?

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