domingo, 4 de junho de 2017

QUE VENHAM AS AVALIAÇÕES

QUE VENHAM AS AVALIAÇÕES
O período da construção das avaliações das crianças é para mim um momento intenso de pensar e refletir, pois quando sento para realizá-los é preciso rever  todo o semestre e se por algum motivo neste caminhar deixei de avaliar algum fazer, está é a hora em que ele aparece.
Na formação continuada desde mês,  nada melhor que uma palestra e discussão exatamente sobre:  "Um olhar sensível sobre o tempo de brincar e de aprender", nossa palestrante  nos falou sobre o tempo, a temporalidade, a ritmicidade, sobre a interação social, a mutualidade e a reciprocidade nos chamando a atenção para cada um destes conceitos e suas implicações na vida das crianças, tanto dentro como fora da escola.
Mas o que realmente deixou marcado, após sua fala e da discussão que tivemos, não foi a reafirmação de que o brincar é importante, de que o brincar é fundamental  para a interação e socialização das crianças, mas sim a importância do olhar sensível do educador para aquilo que não é visível; o olhar para além.
Quando me sento para escrever minhas avaliações, na verdade sento para unir e "costurar" várias pequenas observações  que tenho feito durante todo o período, e aí que vem  um intenso refletir, pois remonto àquilo que já passou com o que vivencio agora, e este juntar me mostra não somente a evolução das crianças, mas principalmente seu processo de aprendizagem e principalmente o meu refletir a cada passo do meu fazer pedagógico.
E penso que  é na descrição deste processo, do fazer da criança, que vamos descobrir em que momento deixamos de olhar verdadeiramente,  para esta ou para aquela outra criança, por que sim, muitas vezes fizemos isso, mesmo que inconscientes.
Sabemos  que fulano já  reconhece e nomeia as cores, ou que beltrano domina a tabuada e a conjugação verbal,  mas e sobre as  suas apropriações emocionais, eu prestei  atenção? Eu observei durante algum tempo como está a relação ao conhecimento de si? Eu sei como ele interage com seus pares? Alguma vez eu me dei conta de que era preciso mediar esta ou aquela  interação pessoal  dentro de sala?

Muitas vezes discuto com meu marido, professor da educação fundamental, onde sei que as avaliações são mais diretas, não há relatórios de acompanhamento individual, como na educação Infantil, mas por vezes questiono: será que  estas questões se observadas em cada uma de nossas crianças não dariam uma melhor visão deste aluno? Será que um NS (não satisfatório) não seria mais bem avaliado/explicado se o educador olhasse para estas crianças de forma inteira? 

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