sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

                                                 Conhecimentos que modificam a história.


         Hoje, retomando as aulas de história para a construção do Workshop, revi o vídeo da primeira aula presencial onde discutimos memórias, lembranças, gatilhos que nos despertam para o passado.
         Fiquei lembrando a escola do meu tempo, aliás, a mesma escola onde minha mãe estudou  no seu tempo.         “Linquei” estas lembranças e outras resgatadas das memórias da minha mãe, com os textos Maquinaria e Des-Encantos; tracei comparações entre as escolas mostradas nos textos, e a escola dos dois momentos que separam a minha primeira vivência escolar da que viveu minha mãe; e, é claro, como não poderia deixar de ser, comparei estas experiências com as que hoje proporciono a meus alunos.
         Realmente o conhecimento, em qualquer área, serve para que tenhamos a possibilidade de mudanças, ou nos munamos de argumentos que nos permitam criar estas possibilidades.
         Quando se estuda a história da educação, seja ela em âmbito mundial ou nacional,  este conhecimento nos serve para ir além do conhecimento dos fatos; conhecer a história da educação, principalmente a do Brasil, nos leva a observar a serviço de quem ela foi criada, de que forma teve suas primeiras atuações, que linhas e que práticas pedagógicas foram empunhadas a seu serviço.
         Ter conhecimento deste caminho, também nos permite observar que já houve mudanças; e avaliar o que elas significaram para a educação que hoje se sonha e se almeja.
         Com certeza, nossa educação ainda está muito ligada a forças e desejos  políticos; não se pode negar que as limitações estruturais, sejam elas de caráter físico ou pedagógico, estão fortemente presentes. Mas também não podemos dizer que não houve mudanças, que continuamos ainda amarrados e engessados dentro das vontades políticas da minoria detentora do poder; pois,  conquistamos consideráveis vitórias nesta trajetória educacional, e com certeza muitas destas vitórias, se não todas, se deram pela vontade e luta de professores e profissionais da educação que ousaram acreditar que mudanças eram possíveis, que  enfrentaram desafios dentro e fora da sala de aula. E que de forma crítica e consciente  tomaram para si a busca de melhores condições de e para educar.
         É claro que ainda há muito a se mudar, mas é certo também que, por mais vontade e engajamento que tenha um professor, um profissional da educação, ainda somos limitados por uma série de fatores e esses estão além de nossas possibilidades de luta ou de determinação em mudar nossa educação.
         Enfrentamos problemas políticos, enfrentamos famílias, onde a educação ainda não é prioridade, convivemos com crianças que estão dentro de realidades sociais, econômicas e emocionais diversas, que muitas vezes tem na agressividade e no desinteresse em sala o melhor que podem nos dar. E neste momento é preciso mais do que nunca que o professor assuma sua vontade de mudar, acredite que mudanças são necessárias e possíveis, procurando uma maior interação com estas crianças, compreendendo e buscando conhecer as suas necessidades e a sua realidade.
         Não é fácil, há seus limites, às vezes físicos, às vezes emocionais, e muitas vezes políticos, mas penso que o professor engajado na mudança, consciente do seu papel e sabedor de para onde quer que nossa educação caminhe, há de achar uma brecha, um momento de agir e enfrentar estes e outros desafios que venham a separá-lo daquilo em que acredita e para aquilo que paulatinamente nossa educação vem buscando, ou seja, não mais a formação de uma mão de obra barata, a serviço de uma elite conservadora, não mais meninos e meninas que frequentam a escola para ter uma renda extra no final do mês, mas meninos e meninas que cresçam sabedores de seus direitos e deveres, que de forma autônoma e crítica conheçam a sua história e, a partir deste conhecimento, consigam modificar sua história presente e construir sua história futura.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Um tema fundamental na educação: O reconhecimento do papel social dos professores. Mais do que passar conteúdos, precisamos auxiliar na formação de sujeitos críticos, capazes de reconhecer suas autorias e cumprir um papel ativo na sociedade. Para isso, precisamos assumir nosso papel, reconhecendo nossa participação em uma educação de qualidade e na formação de sujeitos críticos.

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