domingo, 13 de dezembro de 2015

           
              o ser criança.

                     Quando iniciou a aula de Infâncias, fiquei bem interessada e pensei: esta será uma interdisciplina muito importante e fundamental para minhas práticas. E não estava errada, pois todas as aulas desta interdisciplina foram de grande valia para o entendimento das crianças, da construção das concepções de criança e infância.
            A primeira leitura foi exatamente sobre isso: o conceito de infância.         Pensei, isso é fácil! Lembrei-me de um poema que caracteriza criança e infância, que adoro: Apenas brincando da Anita Wadley, mas aí me pus a pensar que a criança e a infância ali apresentadas eram únicas, lindas, ricas em descobrimentos; é o ser criança, o ser infância.
            Pois é, essa é ou deveria ser a infância e a criança que nela vive; nela se constrói, se constitui e dela desfruta, e aí não importa se é a criança que eu fui  que fazia barro virar foguete; e latinhas de manteiga, carros de Formula 1; ou se é a infância de meus sobrinhos, onde o Tablet substitui o barro e jogam King of Speed – 3D no Ipod.
            Mas aí veio o pensar: E quando esse “conceito” não é a realidade?  Deixa de ser infância? Deixa-se de ser criança?  O que é (o) ser criança? Todas as crianças são iguais (em conceito)? Todas as infâncias são iguais? Toda criança tem infância?
            Para responder estas perguntas busquei as teorias e documentos da atualidade que defini:
            Criança: Ser  real e concreto. Ser único. Ser que pensa. Ser que constrói conhecimentos a  partir das interações com o meio. Sujeito ativo construtor da sua história. Ser com direitos de ser protegido, educado, alimentado, de desenvolver-se físico, mental, moral, espiritual e socialmente. Ser cujos direitos devem ser garantidos pela família, sociedade e o governo. Um espaço de tempo determinado entre o nascimento até os 12 anos de idade.
             Infância: Construção social que se constitui pelas variadas intervenções do meio em que se encontra o ser criança. Tempo e espaço onde este ser criança está inserido. É o presente, é o produzir cultura ao mesmo tempo em que se é produto dela.
            Estes são os significados sociais ( aceitáveis, pretendidos ) do ser criança e do viver infância, mas se a infância se constrói das aprendizagens absorvidas do meio e da cultura nos quais se vive; qual infância conceituar? A das nossas teorias? A dos  nossos desejos? Ou as diversas infâncias construídas e constituídas  de meios e culturas não padronizadas, como aceitáveis ou pretendidas?
            E me pergunto, no nosso papel de educadoras como trabalhar em meio a tão diversas infâncias?
            Como, enquanto educadora, auxiliar estas crianças a viverem “suas” infâncias? Como fazê-las experimentar e vivenciar esta comunicação com o mundo de forma a que constituam e construam sua identidade, sua singularidade e seu fazer histórico-social?

Um comentário:

  1. Podemos perceber nas escolas um distanciamento das crianças das suas infâncias. Uma combinação entre os conceitos que você descreveu perfeitamente. Vivemos uma crise em nossa sociedade, que reflete diretamente nas crianças e com certeza apresenta aspectos que vão interferindo na vida delas, como adultas. É importante que possamos fazer na escola a contrapressão com o meio social, resgatando o papel do brincar, da ludicidade presente no ato de aprender e do prazer em ser criança. Não é fácil, nem rápido, mas podemos auxiliar em pequenas mudanças de comportamentos, que aproximam as nossas crianças de suas infâncias.

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