sábado, 2 de junho de 2018

Sobre o texto de Hara!


                O resultado de um dos trabalho desenvolvido pelo CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação), que nos foi apresentado por Regina Hara, ao final da sua leitura nos trás uma desacomodação a respeito da alfabetização de adultos principalmente quando ela une as teorias de Paulo Freire aos estudos de Emília Ferreiro nos mostrando a respeito da concepção sobre a escrita, que precedem a escola, e da aquisição do conhecimento constituída na ação do sujeito em interação com objeto do conhecimento/meio, fato comum às crianças e aos adultos não alfabetizados.
                No texto a autora retoma, como já vimos em outros textos que tratam do assunto EJA, sobre quem são estes alunos, seu passado de dificuldades em relação aos estudos, bem como as que encontram hoje com suas baixas condições socioeconômicas e na expectativa de que retomar os estudos seja, talvez, a única forma vista por eles para conseguirem mudar esta condição social.  
                Outro ponto trazido neste texto é a análise em relação aos educadores presentes na EJA, da sua dificuldade em encontrar estudos e materiais para este nível e muitas vezes também o seu despreparo para enfrentar os desafios para a prática educativa Outro ponto é a grande incidência de maus resultados nos objetivos propostos tanto de aprendizagem e conscientização política assim como o grande número de abandono durante o processo de alfabetização, sendo neste último fator impulsionado pelas condições de marginalizados impingidas a estes alunos, ao cansaço físico atribuído aos serviços pesados e muitas vezes a pouca prioridade dada à educação frente a necessidades como alimentação,moradia, etc.
                Novamente, no texto fica claro, é essencial a necessidade deste educador, conhecer e respeitar a história de vida do seu aluno e principalmente acreditar que este aluno, mesmo analfabeto, trás consigo muitas informações a respeito da leitura e da escrita, mesmo que não decodifique todas as palavras. Cabe ao educador, no momento de traçar suas estratégias de ensino, valorizar estes conhecimentos ligados à realidade e a afetividade de seus alunos, para desenvolver processos que os auxiliem na leitura e escrita, não só dos códigos e signos, mas na leitura e compreensão do mundo.



Referência
HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992.

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