sexta-feira, 15 de julho de 2016


Cidadãos autonomos

Quando falamos em formar, preparar nosso aluno para ser um cidadão, a primeira coisa que devemos proporcionar a ele é autonomia.
Mas, ser uma pessoa autônoma não é sinônimo daquela que faz o que quer; o que deseja sem respeitar as pessoas que convivem com ela. Mas sim, é viver em harmonia dentro de regras e combinações feitas no seu grupo.
"Do ponto de vista moral, a cooperação leva não mais à simples obediência às regras impostas, sejam elas quais forem, mas a uma ética da solidariedade e da reciprocidade. Essa moral caracteriza-se, quanto à forma, pelo desabrochar do sentimento de um bem interior independente dos deveres externos, ou seja, por uma progressiva autonomia da consciência, prevalecendo sobre a heteronomia dos deveres primitivos". (PIAGET: p.118). 
Dentro de uma sala de aula, esta harmonia é alcançada quando se desenvolve o respeito entre adulto x criança e criança x criança,  e a melhor forma de se construir estas regras e combinações é em conjunto, onde a partir de conversas e ações este grupo aprenda a respeitar uns aos outros.
Quando se trabalha com crianças pequenas às vezes é uma tarefa árdua, pois o egocentrismo e a falta de empatia, característicos da idade, tornam difícil a construção ou a manutenção desta moral.
É neste momento que, muitas vezes, os adultos se perdem, deixando de lado o afeto, o acolhimento e o respeito entre o adulto e a criança,  esquecendo ou naturalizando  as sanções expiatórias, ou transformando as sanções por reciprocidade em punição.
O perigo deste momento é a negligência se fazer presente. Para que isso não aconteça é preciso que o educador reveja suas ações, suas convicções  e reforce nas crianças o estímulo à construção e revisão das regras ligadas à cooperação e igualdade, levando-as a compreender suas faltas e percebendo que devem corrigir sua conduta. Neste momento devemos auxiliá-los nesta (re)construção de sua moral.

Referência bibliográfica:
PIAGET, Jean. O julgamento moral na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.




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