domingo, 25 de dezembro de 2016

O meio


        Em outra roda de discussões, no nosso grupo de estudos, o assunto foi:  o conceito de meio. Para chegar a um conceito de meio combatível à nossa perspectiva a respeito do processo de desenvolvimento humano foram estudadas a ideia de três autores: Wallon, Bronfenbrenner e Rossetti-Ferreira.
       Wallon -  Diferentes meios: ambiente, espaço de ação, recurso ou instrumento de desenvolvimento. Wallon nos fala das relações entre os dois meios especificados e as transformações nos recursos da criança ao longo do seu desenvolvimento. Com isso fica  Wallon nos faz perceber que  os meios não são somente específicos de cada espécie, mas também específicos de  estados afetivos e de motivações da criança em cada idade ou fase do desenvolvimento.
       A pedagogia, por exemplo, empregada na organização destes meios físicos pode modificar o meio como recurso para a criança.
      Bronfenbrenner -  O conceito de Ecologia do desenvolvimento Humano, desenvolvido por Bronfenbrenner, nos fala  em um modelo de estruturas aninhadas, interdependentes e em recíproca interação. Um bom exemplo que nos deixa visualizar estas estruturas  são as bonecas Matrioskas, onde uma está contida dentro da outra da menor que representa o microssistema, as relações diárias, uma maior que representa o mesossistema, identificando as relações entre os microssistemas, estas duas dentro de outra maior como representante do exossistema - que são as estruturas sociais particulares, formais ou informais, e todas estas dentro de uma última que representa o macrossistema representando os padrões institucionais existentes nas culturas como: economia, educação, política, etc.
       Rossetti-Ferreira - aqui temos a Rede de Significações como uma ferramenta de investigação e compreensão aos processos de desenvolvimento humano. A RESSIG considera as diferentes relações das pessoas com seus meios e as questões que orientam essa análise: A  família, a escola e o trabalho dos pais; constituídos e sendo constituídos por vários campos interativos. Os processos interativos que ocorrem entre as pessoas são assinalados por componentes individuais  dentro de uma matriz sócio-histórica que  possibilita interações  que os indivíduos estabelecem. O relacionamento dinâmico entre a matriz e os componentes individuais, campos interativos e contextos proporcionam a rede de significações que constituem o contexto e o meio do desenvolvimento humano.
      Entre estas três perspectivas há pontos comuns e divergências, mas todas fazem relação entre os seres vivos e seus meios; os convido à leitura deste texto, que com certeza pode trazer novas perspectivas do nosso fazer pedagógico  tendo por base as  relações entre o  meio e o desenvolvimento humano.


(CARVALHO, Ana M.A. PEDROSA Maria Isabel: ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde. Aprendendo com a criança de zero a seis anos. São Paulo: Cortez, 2012.)

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