domingo, 23 de abril de 2017

Sobre ser um professor reflexivo

Sobre ser um professor reflexivo

            Penso que avaliar nossa prática é um primeiro lugar nos mostrarmos abertos a aprimorar ou a descobrir falhas neste fazer pedagógico. É nos mantermos em movimento, desacomodados, pois quem se acomoda pode vir a repetir possíveis erros.
            Todo professor que se deixa avaliar/refletir sua prática está em constante mudança.
            Mas, muitas vezes, isso não é fácil, pois é uma busca constante de diálogo consigo e com nosso aluno, devemos sempre ter em mente: Quem é este aluno à nossa frente?  O que ele conhece? O que necessita e deseja? Qual a melhor linguagem para este diálogo?
            Outros questionamentos são: O que estou fazendo para manter este diálogo? Estou percebendo e escutando este aluno? Minha ação pedagógica está promovendo significação na aprendizagem do meu aluno?
            Todos estes questionamentos acabam por nos aproximar de nosso aluno e se queremos que nosso aluno se torne um cidadão questionador é preciso que nós, professores, sejamos sempre questionadores principalmente da nossa própria prática, para que assim possamos  progredir em nossas ações.
            Nas leituras observamos que há falas que envolvem as reflexões na ação e sobre a ação como forma de desenvolvimento profissional. Penso que a reflexão se dá antes da ação,
quando nos questionamos como vamos desenvolver este ou aquele objetivo/experiência; e após desenvolvê-las fazemos uma análise do que e como foi feita, permitindo uma reflexão pós-ação e uma possível  reestruturação da ação aplicada.
            Tomo com exemplo, o ocorrido em minha turma do ano passado (JB2).
            Estabelecida nossa jornada, decidiu-se que a roda de conversa e chamada seria a primeira ação do dia, para isso aguardávamos que todas as crianças chegassem, ou seja, nossa roda seria após as 8h45min, depois da segunda entrada. O que acontecia era que todas as crianças que chegavam até às 8h ficavam brincando, explorando a sala. As crianças que chegavam às 8h30min iniciavam brincando, mas logo paravam, pois era a hora da roda e chamada. Este fato acabava criando certo agito, pois quem chegava mais tarde reivindicava mais tempo para brincar, e quem já estava se preparando para a roda se desestruturava e assim se instalava o caos.
            Discutimos em equipe principalmente dois pontos: *as crianças devem e têm o direito a brincar; *a rotina é importante para a organização e autonomia das crianças. Depois que conversarmos, a decisão foi tomada: Nossa roda iniciaria às 8h25min, com quem já estivesse em sala. Ao chegar, o grupo das 8h30min iria direto para a roda. Com esta nova jornada, conseguimos manter a turma mais organizada; e com o passar do tempo as crianças que chegavam no segundo horário, passaram a chegar mais cedo.
            Quando percebemos esta mudança no horário, questionamos as crianças e descobrimos que elas haviam reivindicado junto às famílias chegar à escola mais cedo, para poder brincar mais.
                        Para fazer esta mudança nossa equipe precisou parar, avaliar o que estava acontecendo e repensar uma forma de fazer mudanças, sem que estas prejudicassem as crianças e sua jornada. E pelo resultado conseguimos, pois já no meio do ano, 95% das crianças chegavam até às 8h, o que auxiliou bastante no desenvolvimento da nossa jornada diária.


Um comentário:

  1. Olá Jaqueline,
    Realmente, sempre que o professor reflete sobre a sua prática em sala de aula os resultados são ótimos, pois ocorre uma ampliação do olhar sobre o que se objetiva e o que está acontecendo. Parabéns por seres uma professora reflexiva!Um abraço. Tutora Mônica

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